Cotidiano

IPEM apreende 406 produtos importados vendidos no Caxambú

Após denúncias de consumidores, seis agentes passaram a manhã testando mercadorias de ambulantes

Os produtos importados e vendidos no Centro Comercial Caxambú, Centro de Boa Vista, foram alvo de uma fiscalização na sexta-feira, 5. Seis agentes do IPEM-RR (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de Roraima), braço do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), estiveram no local desde 9h e recolheram 406 objetos irregulares.

Os vendedores dos boxes e os que ficam nas calçadas foram abordados pelos agentes após várias denúncias de consumidores, pelo telefone 0800 280 9590. Carregadores de celular, brinquedos e ventiladores foram as mercadorias que mais apresentaram problemas na inspeção.

O chefe da Divisão de Qualidade do IPEM-RR, Wiston Márcio, falou que a maioria desse material é trazida dos países Guiana e Venezuela. Como não costumam ter notas fiscais, entram no Brasil de forma ilícita.

“Todas as mercadorias apreendidas serão retiradas dos boxes por meio do termo de apreensão e do auto de infração. Os vendedores terão dez dias para apresentarem suas notas fiscais ao IPEM-RR e se defenderem. Vamos montar um processo e no seu decorrer será gerada uma multa”, disse.

INDIGNAÇÃO – Um ambulante que não se identificou comentou a ação do Instituto em tom de revolta. Para ele, é humilhante ver produtos comprados com o próprio trabalho recolhidos desta maneira, à vista de vários clientes em potencial que passavam pelo local na hora da ação.

“Entendo que há os motivos de segurança aos consumidores, mas eles (do IPEM-RR) vêm pegar nossas mercadorias enquanto que esses estrangeiros que circulam por aqui, pelo Caxambú, não são fiscalizados. Nós somos pais de família e pagamos nossos impostos como qualquer um”, desabafou.

IPEM-RR oferece dicas para escolher produtos adequados

O chefe da Divisão de Qualidade do IPEM-RR, Wiston Márcio, mostrou os ímãs utilizados pelos agentes para checar se os carregadores de celular estão com uma dose exagerada de ferro nos seus plugues. Se estiverem, eles são mais propensos a sofrerem curto-circuito, explodindo ou pegando fogo. Os plugues originais contêm cobre, que conduz os impulsos elétricos com muito mais eficiência do que o ferro, porém é um material mais caro.

Ventiladores, principalmente os de mesa, pirateados podem causar incêndios dentro das residências. Outros problemas frequentes são embalagens com instruções apenas em inglês, o que prejudica o entendimento por parte dos consumidores; além de registros da frase ‘Made-in-China’, indicando que a procedência não é segura. A ausência de nota fiscal é outro problema, pois aquela compra deixa de ter garantias, principalmente de trocas.

“Deve-se verificar sempre de onde é aquele produto, principalmente se for algo para as crianças. Brinquedos sem a advertência sobre a faixa etária podem causar acidentes: eles soltam peças pequenas que depois serão engolidas pelas crianças, ou as machucam com pontas pontiagudas. É fundamental comprar um brinquedo certificado com o selo do Inmetro, dentro dos padrões de segurança”, informou. “Em caso de dúvidas ou denúncias, o nosso telefone 0800 280 9590 sempre pode ser acionado”, aconselhou. (NW)