SISTEMA PRISIONAL

Policiais penais registram B.O por assédio moral e dizem que governo é omisso

O grupo de policiais foi à Casa da Mulher Brasileira prestar depoimento

Delegacia da Mulher funciona na Casa da Mulher Brasileira, no bairro São Vicente (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Delegacia da Mulher funciona na Casa da Mulher Brasileira, no bairro São Vicente (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Um grupo de policiais penais registrou nessa quarta-feira (10) um boletim de ocorrência sobre as denúncias de assédio moral contra o ex-diretor do Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Quase um mês após a exposição das situações à FolhaBV, as agentes relataram que não houve posicionamento do governo estadual.

O boletim foi registrado na delegacia da Mulher, na Casa da Mulher Brasileira. Ainda no local, a policial penal Adriana de Paula afirmou à reportagem que tentaram conversar com o Poder Executivo e Legislativo, mas não houve uma resposta significativa sobre os casos relatados.

“Atualmente, no âmbito da Secretaria de Justiça e Cidadania [Sejuc], rasgaram os princípios constitucionais que regem a administração pública. Não existe mais moralidade, imparcialidade na secretaria. Tentamos de forma administrativa, tentamos de forma política, buscamos os órgãos legislativo, o executivo, no modo que a gente tentasse resolver pacificamente. Contudo, até o momento, não tivemos nenhum posicionamento, por isso passamos a buscar os nossos direitos judicialmente.

São anos que a gente espera um posicionamento dos nossos gestores, um posicionamento ético e moral, e não é o que a gente tem visto. A gente quer de fato uma mudança na nossa Secretaria, a gente precisa de pessoas que façam gestão respeitando os servidores, respeitando o a ética, respeitando os princípios constitucionais”,

disse Adriana.

Novas denúncias

A policial penal Adriana de Paula se tornou a primeira mulher a dirigir um presídio masculino no estado (Foto: Nizete Franco/FolhaBV)

A policial penal ainda acrescentou que outros policiais, não apenas mulheres, das demais unidades penitenciárias de Roraima irão formalizar novas denúncias sobre falsificação de documentação, abuso de poder e assédio. “É um movimento que não está envolvendo só as mulheres, tem homens também. São vários crimes que estão sendo relatados”, afirmou.

Adriana ainda reforçou que as denúncias sobre o sistema prisional de Roraima não é uma reclamação ao trabalho. “Não podemos ver a Secretaria ser conduzida de forma absurda e que fere os direitos dos policiais”, completou.

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Denúncia de assédio moral

Na denúncia feita à FolhaBV, três mulheres policiais apresentaram atestado psiquiátrico um mês após a entrada do ex-diretor do CPP na gestão. Com a situação, ele foi afastado por determinação da Justiça de Roraima e a Sejuc indicou um novo policial penal ao cargo, com nomeação publicada no Diário Oficial em 05 de abril.

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