Geral

Aposentado, Helder Girão Barreto diz não descartar candidatura em 2022

Magistrado falou ao Agenda da Semana, da Folha FM, sobre seu futuro profissional. Ele revelou que o processo do Escândalo dos Gafanhotos, que conduziu na Justiça Federal de Roraima, pesou na decisão de sua aposentadoria

Aposentado da carreira de juiz federal desde a última quinta-feira (2), Helder Girão Barreto disse ao programa Agenda da Semana desse domingo (6) que não descarta concorrer nas eleições de 2022. A entrevista completa está disponível ao final da reportagem.

LEIA MAIS:

Juiz se diz contrário à proposta para extinguir cargo de juiz substituto

Durante a atração da rádio Folha FM 100.3, Barreto afirmou que não descartaria concorrer aos cargos de deputado federal, senador ou governador. Identificado ideologicamente com o viés político centro-direita, e com o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas ações de combate à corrupção, ele afirmou que, caso concretize até abril, a candidatura será por um partido pequeno, isento e sem histórico corrupto.

“No dia que anunciei minha aposentadoria, fui sondado por um grupo denominado Roraima Verde Amarelo pra ficar em Roraima, porque minha pretensão [pós-Justiça Federal] era me inscrever na OAB, advogar uma causa aqui e ali e voltar para o meu Ceará. Mas esse grupo em intimou a ficar em Roraima pra disputar eventual cargo político”, declarou ele sobre a decisão que considera um “sacrifício pessoal” por estar “cansado” após 41 anos de serviço público.

“Nunca pensei nisso na minha vida inteira, só depois da minha aposentadoria que me veio a levantar isso. Se eu for candidato, será a partir da decisão desse grupo [Roraima Verde Amarelo] […]. Se eu não sair candidato, posso garantir, com certeza que participarei ativamente dessa eleição como cidadão, votando e defendendo que as pessoas de bem vão e não se abstenham”, completou.

O ex-juiz falou sobre as dificuldades de uma eventual candidatura, como a popularização de sua imagem, ainda pouco conhecida da sociedade. “Se for candidato, vou ter que caminhar com sinceridade e dizer: ‘sou Helder Girão, aquele juiz que você ouviu falar’ […]. Sou a pessoa cuja imagem ainda não é conhecida, mas que será conhecida. Sou pessoa simples, que teme a Deus e que só dobra o joelho a Deus”, declarou.

Helder Girão revelou ainda que o Escândalo dos Gafanhotos, processo que conduziu na Justiça Federal, pesou na decisão de se aposentar. “É uma das ações pelas quais me aposentei da Justiça e pretendo tomar outros caminhos. Exatamente isso: ver que as pessoas condenadas não devolveram um centavo”, disse.

Ademais, Helder Girão disse que, além avaliar o retorno ao exercício da profissão de advogado, pode retornar a dar aulas de Direito. “É uma forma de contribuir pro estado de Roraima, com a geração do conhecimento e das ideias para o estado de Roraima”, revelou.

“Ditadura do STF”

Helder Girão avalia que a solução para a qual ele considera “ditadura do Supremo Tribunal Federal” passa pela eleição de senadores isentos, com ficha limpa e coragem para dizer à Corte de que precisa retomar o papel de “guardiã da Constituição”.

“Essas pessoas com processo no STF jamais terão capacidade de votar nada que restrinja, ou pelo menos diga, senhor STF, vote ao seu natural, seja o guardião da constituição, não seja protagonista […]. As pessoas não podem mais pensar diferente, porque são logo rotuladas”, opinou.