Candidato foi preso com R$ 6 mil, lista com nomes de eleitores e panfletos

Em nota, o candidato a deputado federal informou que foi preso de forma aleatória e se disse perseguido

Uma operação da PRF na madrugada apreendeu nesta madrugada, aproximadamente R$ 6.000,00 em espécie e listas com nome de pessoas e anotações de valores. 

Três pessoas foram presas em flagrante, incluindo um candidato a deputado federal e duas pessoas de sua equipe. Segundo a polícia federal eles são suspeitos de praticar o crime de compra de votos.

Os suspeitos foram abordados pela PRF e, durante ação de rotina, foi encontrado no veículo material de campanha que junto com o dinheiro e a lista de eleitores forma o conjunto de indícios típicos da prática do referido crime.

Os presos foram conduzidos à Polícia Federal, onde a autoridade policial de sobreaviso desde a última quarta-feira (28/9) ratificou a prisão em flagrante e, por se tratar de crime com pena de até 4 anos, arbitrou fiança no valor de R$ 20.000,00, R$ 5.000,00 e um salário-mínimo, respectivamente, conforme avaliação da renda declarada por cada um dos envolvidos. 

Os valores foram pagos e os presos, liberados.

“Destaca-se que prisões em flagrante, àquelas realizadas durante ou logo após o cometimento de crimes, independem de mandados judiciais, tais quais buscas pessoais e veiculares quando suspeitos de envolvimentos com crimes, como com a situação em epígrafe” disse a polícia federal em nota.

Consulta

O advogado especialista em direito eleitoral pelo IDP Alex Ladislau ao ser consultado sobre o caso pela reportagem da Folha, informou que não precisa de mandado pra abordar um carro durante a eleição.
“Basta a suspeita para fazer a abordagem. Se na abordagem for encontrado dinheiro, listas, cestas básicas, qualquer material suspeito de compra de votos, deve ser encaminhado tudo para PF, o delegado vai analisar. Lembrando que em 2010 o governador José de Anchieta foi abordado em plena praça do Centro Cívico” concluiu.

O caso 

As três pessoas foram presas pela suspeita de envolvimento com a compra de votos. Eles foram liberados após, juntos, pagarem R$ 26,2 mil em fiança.

Em nota, os envolvidos afirmaram ter sido abordados sem mandado judicial e “aleatoriamente” pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), além de revistados e levados para a sede da PF enquanto retornavam para Boa Vista de uma reunião promovida no município de Alto Alegre, a 95 quilômetros da capital.