Campanhas de Lula e Bolsonaro querem ampliar votação em Roraima

No primeiro turno, presidente candidato a reeleição obteve 207.587 votos, o correspondente a 69,57% dos votos válidos, enquanto Lula recebeu 68.760 votos em Roraima (23,05%)

As campanhas dos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL) trabalharam na campanha do segundo turno para ampliar a porcentagem que obtiveram na primeira etapa das eleições gerais, em Roraima.

Em 2 de outubro, como esperado pelo que as pesquisas vinham apresentando, o presidente candidato a reeleição foi o mais votado no território roraimense, ao obter 207.587 votos, o correspondente a 69,57% dos votos válidos. O Estado foi responsável pelo maior percentual concedido a Bolsonaro no País.

A meta dos líderes da campanha local, que se apresentam como voluntários, é buscar ampliar ainda mais a vantagem. “A expectativa é aumentar de 69% do que a gente tirou aqui e aumentar pra muito mais, pelo trabalho, empenho de cada coordenador que está se unindo e fazendo todo esse trabalho pelo presidente Bolsonaro e pela bandeira que nós levantamos, que é Deus, Pátria, Família e Liberdade”, declarou Deilson Bolsonaro, articulador com sobrenome autorizado pelo presidente e que já foi secretário estadual extraordinário de Relações Federativas.

Deilson afirmou que a estratégia para angariar mais votos tem sido repetir a bandeira de campanha, seja nas ruas ou nas redes sociais, e ainda tentar convencer os eleitores que não escolheram nenhum presidenciável no primeiro turno, seja quem não foi à urna, ou quem foi, mas votou branco ou nulo.

Para ele, a reeleição de Bolsonaro representa a sequência da pauta desenvolvimentista para Roraima. Ele citou a segurança energética por meio da instalação de usinas termelétricas movidas a energia limpa e do Linhão de Tucuruí, cuja construção vai integrar o Estado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Elencou, também, a transferência das terras da União para o Estado e obras de infraestrutura, como a pavimentação da BR-432, e de saneamento básico.

“O presidente Bolsonaro é muito empenhado aqui no Estado de Roraima. Como ele sempre diz e eu disse pra ele, que ‘Roraima é a nossa menina dos olhos’ e é importante a reeleição dele na presidência da República, para que ele possa dar seguimento a esse trabalho”, disse.

Lula

No primeiro turno, Lula recebeu 68.760 votos em Roraima (23,05%). Embora reconheça a rejeição da maioria do eleitorado roraimense à esquerda e, sobretudo, ao PT, o coordenador da campanha de Lula em Roraima, o vice-presidente estadual do partido e ex-deputado estadual Titonho Beserra, estabelece em, no mínimo, 35% a meta de votação a favor do petista.

Titonho considera como “preconceito” a rejeição do eleitorado local à esquerda, ao afirmar que há quem fale e pense sem estudar, sem conhecimento. “O preconceito impede você de pensar, de ter as ideias mais claras das cosias, mesmo você sendo contra”, disse.

Ele disse ter dito aos eleitores sobre a importância do eventual governo para a classe trabalhadora e que o desenvolvimento só tem chegado para os 10% mais ricos do Estado. “Desenvolvimento pra quem já está rico tem que continuar desenvolvido e apoiá-lo também, mas temos que olhar principalmente para a classe trabalhadora, os trabalhadores rurais, pra agricultura familiar. Cuidar do agronegócio, mas cuidar do meio ambiente, cuidar de um todo. Um Estado que se desenvolva de uma forma sustentável”, enfatizou, afirmando ainda que nenhum servidor público deveria votar em Bolsonaro, a quem acusa de querer destruir os direitos da classe.

Para ele, Lula precisa ganhar a eleição para “o Brasil voltar à normalidade” e permitir um projeto de desenvolvimento não destrutivo para Roraima, em que “possa trabalhar a infraestrutura do Estado, que ainda é muito precária”, citando, por exemplo, a não conclusão da recuperação da rodovia BR-174, sentido Pacaraima.