Economia

Roraima tem a segunda gasolina mais cara do Brasil

Quatro estados da região Norte têm as gasolinas mais caras do País. Levantamento foi feito entre 21 e 27 de agosto

O preço do litro da gasolina comum vendida em Roraima terminou a semana passada como o segundo mais caro do Brasil, conforme levantamento pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) junto a 11 postos de combustível no Estado, feito entre 21 e 27 de agosto.

Em média vendido a R$ 5,71, o preço só foi menor que o Acre, onde o combustível foi comercializado a R$ 5,78. Em relação à semana anterior, quando a gasolina foi vendida, em média, a R$ 5,85 em Roraima, houve uma redução de 2,39%. Apesar disso, o Estado continua na segunda colocação nacional.

Além de Acre e Roraima, outros dois estados do Norte estiveram entre os primeiros no ranking da gasolina mais cara do País: Amazonas (R$ 5,54), em terceiro, e Tocantins (R$ 5,49), em quarto. A Bahia, o único fora da região, completa a relação dos cinco primeiros no ranking nacional (R$ 5,48).

Embora o Amapá tenha cobrado o menor preço do Brasil (R$ 4,84), os outros estados ajudaram a colocar o Norte na liderança entre as regiões, com R$ 5,42, seguida por Nordeste (R$ 5,34), Sul (R$ 5,24), Sudeste (R$ 5,21) e Centro-Oeste (R$ 5,07).

O presidente do Sindipostos (Sindicato dos Postos de Combustível de Roraima), João Victor Kotinski, explicou que o frete eleva o preço da gasolina em Roraima. “Nosso Estado não possui refinaria nem mesmo porto fluvial, diferente da grande maioria dos Estados. Com isso, nosso combustível sofre um acréscimo de trinta e cinco centavos, que é referente ao frete, uma vez que o produto somente chega até a refinaria ou porto em Manaus e para o Estado de Roraima vem via terrestre”, pontuou.

O preço da gasolina vem caindo em todo o País. Segundo a economista do C6 Bank Claudia Moreno, os combustíveis foram os principais responsáveis pela deflação de 0,73% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto.

“Pelos nossos cálculos, a queda de preços dos combustíveis e da energia elétrica contribuíram com 1,19 ponto percentual negativo do resultado do IPCA-15 de agosto. Se não tivéssemos a redução do ICMS [Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços] sobre esse grupo, teríamos registrado uma inflação de 0,46% no mês. Também pesou para o resultado, em menor magnitude, as reduções de preços de combustíveis anunciadas pela Petrobras”, explicou.

A especialista do C6 Bank explica também que, apesar da queda nos combustíveis, a inflação continua pressionada. “A queda dos preços administrados (combustíveis e energia) é pontual e não interfere na dinâmica da inflação à frente. Já os preços de bens industriais, que apresentavam tendência de desaceleração, vieram mais altos do que o esperado. Além disso, não há sinais de alívio na inflação de serviços.”, ponderou.

Segundo projeções do C6 Bank, o Brasil deve fechar o ano registrando uma inflação de 6,5%, acima do teto da meta definido pelo Banco Central.