Economia

Andifes diz que universidades não tem como pagar água, luz e vigilância

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 6, o presidente da Andifes, Ricardo Marcelo Fonseca, reitor da Universidade Federal do Paraná, confirmou que as verbas para orçamentos discricionários das universidades, que excluem os gastos de pessoal, têm caído desde 2016. 

Segundo a associação, houve uma redução de 50% nesses orçamentos nos últimos seis anos, já calculando com reajustes inflacionários. 

“Isso significa que as universidades têm, ao longo dos últimos anos e governos, passado por situações de contenção, ‘queimando gorduras’ ao abortar obras e projetos que poderiam estar servindo o país”, declarou o presidente da associação em entrevista coletiva.

A porcentagem bloqueada pelo Decreto 11.216 nos cofres do ministério representa cerca de R$ 328 milhões para as universidades e R$ 147 milhões para os institutos federais. 

O bloqueio em instituições roraimenses também alcança valores milionários. No caso do Instituto Federal de Roraima (IFRR), o prejuízo é de cerca de R$ 2,6 milhões. Já no caso da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o rombo chega aos R$ 8,7 milhões.

“Com a  inviabilização orçamentária, projetos científicos serão afetados, bolsas de estudantes de baixa renda podem ser afetadas. As despesas mais básicas estão com perigo de não serem pagas, como: luz, água, manutenção, limpeza e vigilância. Isso traz um perigo que muitos trabalhadores terceirizados podem perder seus empregos”, pontuou Ricardo Fonseca.

As instituições foram informadas pelo governo federal de que o valor poderá voltar ao caixa em dezembro. No entanto, o bloqueio se soma a um corte de 20% já sofrido no orçamento deste ano, a despeito dos maiores gastos gerados pela pandemia de coronavírus.