Cotidiano

Consumidores ainda cobram melhorias no serviço de limpeza da Feira do Produtor

Embora o governo tenha iniciado melhorias na feira, reclamações por parte de consumidores e vendedores continuam

Após a ameaça do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) de interditar a Feira do Produtor Rural de Boa Vista, localizada no bairro São Vicente, zona Sul, o Governo do Estado iniciou no dia 12 de dezembro passado o processo de reforma por setores, com o intuito de não prejudicar os comerciantes e a população. Apesar das melhorias, as reclamações continuam.

A Folha esteve nesta sexta-feira, 13, na feira, e conversou com consumidores e comerciantes, a fim de saber quais melhorias poderiam ser sugeridas. A falta de limpeza foi reclamação unânime por parte dos entrevistados. Trabalhador há mais de 20 anos no local, o comerciante Vanderlei de Oliveira apontou, além da higiene, o problema da fiação elétrica nas bancas, as goteiras no telhado e o principal, a falta de água das 10h às 15h. “Trabalhar sem água é a maior crueldade”, disse.

Para a doméstica Floresta Maria Pereira, que frequenta a feira há mais de 20 anos, a limpeza interna do local melhorou, mas ainda é preciso mais. “Sempre fazemos compras aqui e sempre foi sujo demais. Agora melhorou um pouco, assim como a parte de fora. Mas tem que melhorar muito ainda”, ressaltou.

O militar Anderson Machado acredita que a melhor limpeza serve de atrativo ao consumidor. Em relação à estrutura do local, o militar acredita que, pelo perfil dos produtos, é suficiente. “Mas sempre tem o que melhorar”, comentou. O consumidor há 24 anos da feira, Sidney Câmara, apontou o caso do estacionamento dentro da feira. “A locomoção é o mais importante. O estacionamento não deveria ser dentro”, disse. (A.G.G)

Reforma do galpão das bananas deverá ser entregue em até 60 dias

Depois da reforma por setores, iniciada no fim do ano passado, o primeiro setor a receber as obras, já que apresentava risco de desabamento, foi o Galpão das Bananas. De acordo com o secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Wolney Costa, a obra do galpão custou cerca de R$ 160 mil, oriundos do Estado. A empresa responsável deu prazo de 60 dias para a entrega. Após a conclusão, a reforma será direcionada para a adequação do setor de peixes e carnes e os banheiros.

O secretário destacou que a reforma setorial foi aceita pelo Ministério Público de Roraima (MPRR), por entender que os feirantes do local seriam impactados se fossem retirados do ambiente para uma restauração geral, assim como os produtores do interior que vendem aos comerciantes. Ele explicou que a reforma setorial é uma das etapas propostas para a melhoria da Feira do Produtor. “Já adequamos a parte da coleta do lixo e da limpeza do esgoto interno”, disse.

Para a realização das medidas, Costa relatou que uma empresa de maior porte foi solicitada para melhor atendimento no local. Diariamente, cerca de cinco contêineres de lixo são levados para condicionamento previsto na Vigilância Sanitária. A empresa também é responsável pelo esgoto de dentro da Feira.

NOVO ACORDO – Além do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de 2002, cobrado pelo MPRR, o secretário Wolney ressaltou que foi feito um novo acordo de comprometimento do governo, para que as ações que estão sendo realizadas tenham continuidade. “As primeiras foram realizadas de imediato, posteriormente virão as reformas e adequações físicas. Tivemos que passar por elaboração de projeto, abertura de processo, licitação e, por fim, a execução”, frisou.

LADO EXTERNO – Pela quantidade de lixo, esgoto a céu aberto e entulhos, o lado externo da Feira do Produtor exalava forte odor a quem se dirigia ao local, além do perigo à saúde. Questionado sobre a realidade, o secretário da Seapa explicou que o lado de fora também foi alvo de melhorias. Para tratar da questão do esgoto, principal problema, Costa informou que a Companhia de Águas e Esgotos (Caer) realiza limpeza de forma constante e que a população pode perceber a diferença.

Uma comerciante que preferiu não se identificar confirmou à Folha a atuação da Caer e da Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) no local. “Na quarta-feira, a prefeitura esteve tirando lixo e entulho. Um dia antes foi a Caer, tratando o esgoto. Eles realmente estão vindo”, frisou.

Com relação aos feirantes externos, o secretário explicou que também está trabalhando o regime interno, onde há todas as regras e normas de como participar e ser feirante. Ele explicou que o regimento foi encaminhado à Procuradoria-Geral da União (PGU) e, uma vez válido, poderá saber se novas pessoas farão parte da Feira.

De acordo com Costa, quem está na feira e não estiver dentro das normas vai dar lugar para quem está enquadrado. “Outro aspecto é que, após a reforma completa, os boxes estarão mais organizados e poderemos ver se ampliamos ou não a quantidade de feirantes”, frisou. (A.G.G)