Os aplicativos de compras com grande variedade e baixos preços se tornam cada vez mais queridos pela população brasileira. Lojas como Shein e Shoppe, de origem chinesa, conquistam o público com valores bem abaixo do mercado nacional. Apesar disso, as compras internacionais também podem ser taxadas com impostos assim que chegam ao Brasil. Para entender melhor, levantamos algumas informações que são importantes de saber antes de comprar online nesses e em outros sites.
Uma das medidas de taxação é a alíquota de 60%, que pode cobrar esse percentual do valor da compra em casos de compras que ultrapassem o valor mínimo. Por exemplo, se você comprou um produto por 100 dólares, o imposto de importação será de 60 dólares (60% de 100 dólares).
Essa taxa assustou a servidora pública M.P., de 29 anos. A cliente costumava fazer compras online, quando se deparou com uma taxa com valor superior ao da compra. “Fiquei surpresa, porque estavam cobrando um valor muito alto. Além disso, entrei em contato com o suporte, e eles informaram que essa taxa era de responsabilidade do Brasil e o que eles podiam fazer, caso eu decidisse pagar a taxa, era reembolsar 50% do valor da taxa, assim que o produto chegasse”, relatou.
Apesar do imposto, M.P. continua sendo cliente, mas de forma mais cautelosa. “Continuo comprando, mas valores bem baixos mesmo. Hoje, eles fazem live e os produtos ficam mais baratos ainda e as mercadorias chegam certinhas. Algumas pessoas já me falaram que você pode ser taxado ou não independente do valor. Alguns falam que é pelo peso. Mas eu acho que não tem um segredo, acho que é por sorte”, disse.
O chefe de serviço de administração aduaneira de Boa Vista, André Luiz Spagnuolo, destaca que é importante manter o valor das compras abaixo de cinquenta dólares e ter um perfil no site dos correios. “A Receita Federal disponibiliza para os Correios o DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais), dentro da plataforma do serviço. É um serviço que é realizado pela própria Receita diretamente com os Correios, em compras que ultrapassem o valor de US$50”, destacou.
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Uma das razões para esses impostos, é a valorização da indústria nacional, visto que as empresas locais também pagam impostos pelos produtos produzidos no país. Não é possível saber ao certo o motivo do aumento das taxas sobre os produtos, mas o especialista afirma que pode ser uma abordagem mais cautelosa do governo federal em relação às compras estrangeiras.
De acordo com André, as pessoas que fabricam roupas ou qualquer outro produto no Brasil são taxadas por vários impostos, e se alguém importa um produto sem tributação, aqueles que estão tributados ficam em desvantagem na competição. “Se alguém importa um produto sem tributação, aqueles que estão tributados ficam em dificuldade de concorrência”, afirmou ele. Ele acredita que é justo que os produtos estrangeiros sejam tributados para proteger a indústria nacional. “Na prática, se existe alguém que faz o produto no Brasil, é justo que aqui o produto que venha de fora tenha uma tributação, senão você mata a nacional”, explicou.
Dani Sicsú também sofreu uma taxação, em uma compra recente. Os itens, apesar de serem abaixo do valor mínimo, foram cobrados 117 reais pela compra de 198. “Eu vou aguardar as outras duas encomendas pra saber se vou ser taxada, se eu for taxada eu não vou comprar, não compensa somando tudo, produto mais taxa, acaba sendo melhor comprar por aqui mesmo”, afirmou.
Como dica, André indicou que os consumidores acompanhem pela plataforma dos correios o trajeto de suas compras. “A pessoa cria uma senha nos Correios, é gente humilde sabe disso. Aí fica travada a mercadoria e ela fica sem”, explicou. No entanto, em casos em que a entrega não é feita pelos Correios, existem outras empresas que prestam serviços semelhantes. Para acompanhar a movimentação da encomenda, basta fazer o cadastro no site dos Correios com o nome e CPF, mesmo que não tenha feito nenhuma compra. Com isso, é possível evitar problemas e ter mais segurança nas compras online.
