Cotidiano

Estado não tem como se sustentar se ICMS for zerado, avalia Sefaz

Estado não tem como se sustentar se ICMS for zerado, avalia Sefaz Estado não tem como se sustentar se ICMS for zerado, avalia Sefaz Estado não tem como se sustentar se ICMS for zerado, avalia Sefaz Estado não tem como se sustentar se ICMS for zerado, avalia Sefaz

ANA GABRIELA GOMES

Editoria de Cidade

Roraima arrecadou cerca de R$ 1,1 bilhão junto ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2019. Do total, pouco mais de R$ 441 mi foram equivalentes ao ICMS dos combustíveis, o que representa um percentual de quase 40%. Se tratando apenas de gasolina e óleo diesel, o percentual é de 37% em relação à arrecadação total. E não foi um ano atípico.

Em 2020, a arrecadação total de ICMS, no mês de janeiro, foi calculada em R$ 101.995.703,07, sendo 34% (R$ 34,5 milhões) relacionado à arrecadação dos combustíveis. Em comparação com o valor total, o percentual cai para 31,71% (R$ 32,3 milhões) se for considerada apenas a arrecadação de gasolina e diesel. Estão contidos como combustíveis: gasolina, diesel, etanol, gás de cozinha e querosene/gasolina para aviões.

O ICMS dos combustíveis é o maior percentual de arrecadação do Estado. Por isso, zerar o referido imposto não é viável. “O Estado não teria como arcar com despesas básicas, como o repasse às prefeituras e a folha de pagamento. Roraima não teria como se sustentar. Para zerar é preciso uma compensação”, explicou o chefe da Divisão de Substituição Tributária (Disut) da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Paulo Araújo.

Após os combustíveis, a segunda maior arrecadação é de energia elétrica, mais precisamente sobre a aquisição de óleo diesel para as termelétricas; seguida pelas bebidas alcoólicas, atacado e varejo. Estes percentuais, no entanto, não alcançam os combustíveis. “A contribuição do combustível para a arrecadação dos Estados é muito expressiva. Ainda que vendam produtos de alíquotas altas, como cigarro, não é suficiente”, avaliou.

Na semana passada, em entrevista exclusiva à Folha, o governador Antonio Denarium afirmou ser favorável à redução da arrecadação do ICMS dos combustíveis. No entanto, o chefe da Disut avaliou ser necessário um estudo para diminuir o imposto, visto que a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite reduções sem compensação. Entretanto, em percentuais aceitáveis, ou escalonado, ele acredita possa haver uma redução. 

BASE DE CÁLCULO – Há quase uma semana, o presidente Jair Bolsonaro alegou fazer “papel de otário” por baixar o preço da gasolina e o valor não cair para os consumidores. O político chegou a culpar o ICMS. No entanto, Araújo explicou que a base de cálculo é feita junto às bombas, nos postos de gasolina. Atualmente, com a nota fiscal eletrônica, a pesquisa é feita pela base de dados da própria Sefaz. A partir daí, a média é calculada e encaminhada ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que é responsável pela publicação. Por essa pesquisa, o preço médio é válido por uma quinzena, até uma nova pesquisa. “Se a refinaria baixar, mas não repassar para a distribuidora e para o posto, não adianta nada a redução”, declarou o chefe da Disut.

ALÍQUOTA DOS COMBUSTÍVEIS – O presidente do Brasil também fez uma declaração em relação à alíquota dos combustíveis, afirmando que o percentual cobrado é de 35%. Em Roraima, no entanto, Araújo afirmou o contrário. “Podemos dizer que temos a alíquota mais baixa do país”, disse. Em Roraima, o Governo cobra 25% referente à gasolina, sendo este o menor percentual do produtor, e 17% no diesel.

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