Política

Sampaio diz que acordos têm que ser marcados por transparência

Deputado afirma que tentativa de aproximação entre Poder Executivo e Legislativo não deu certo, mas ressalta que prioridade é a população

Com a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) especulava-se um novo momento de relações mais amigáveis entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. No entanto, a avaliação de dentro da Assembleia Legislativa (ALE-RR) é que a relação ainda precisa se estabelecer de forma concreta.

Em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM, no domingo, 22, o líder do Governo na ALE-RR, deputado Soldado Sampaio (PC do B) afirmou que ainda não se pode dizer que os Poderes tiveram um 2019 alinhado.

“O embate já se iniciou desde o processo eleitoral e foi levado em frente nas eleições da Mesa Diretora da Assembleia, onde o Governo perdeu. De lá para cá, ficou uma situação atravessada. A grande realidade é que nunca houve uma relação boa”, afirmou.

Outro ponto que marcou o relacionamento entre as instituições, segundo Sampaio, foram os embates desnecessários entre os parlamentares. “Um deles foi a aprovação do Fundo de Segurança Pública, que levou quase 60 dias para ser pautado. Teve que judicializar, movimentar, obstrução. Uma lei de interesse da sociedade roraimense e transformaram aquilo em um cavalo de batalha. Isso não pode ser mais importante”, complementou.

O líder do Governo também ressaltou a tentativa de aproximação dos Poderes no momento da aprovação da Lei Orçamentária, inclusive com a informação de indicações do Poder Legislativo para cargos no primeiro escalão do Governo. Para Sampaio, a construção desta proximidade foi feita de forma incorreta.

“Essa aproximação, no apagar das luzes, entre o presidente Jalser [Renier] e o governador [Antonio] Denarium, foi mais um equívoco. Não deu certo. Houve uma forçação de barra. Não se dá para construir uma parceria, uma aliança, se não for transparente. Inclusive para a sociedade. As imposições não se materializam”, declarou.

Pelo lado do Poder Executivo, o líder do Governo na ALE-RR acrescentou que se espera de um diálogo melhor entre o governador e as partes. Já do Poder Legislativo, o parlamentar frisa que os deputados precisam fazer a sua parte.

“O governador precisa fazer política. A Assembleia é o Poder que representa o povo, onde o cidadão encontra portas abertas, então, é preciso dar o devido mérito. Precisamos compor, ouvir as lideranças políticas da Capital e do interior. E a Assembleia tem que voltar para o seu papel, de fiscalizar e legislar”, disse.

Apesar da experiência vivida em 2019, o deputado espera que o mesmo não se repita no ano que vem. “Temos que ter um bom relacionamento, fazer isso o próximo ano, não podemos permanecer neste erro. De achar que a prioridade é essa relação. Temos que construir uma situação de avançar, de crescer, enquanto Estado”, concluiu. (P.C.)