Política

Uerr divulga hoje cronograma do concurso da PM

A notícia foi dada em primeira mão pelo reitor da Uerr, Regys Freitas, em entrevista ao programa Agenda da Semana

A Universidade Estadual de Roraima deve divulgar nesta segunda-feira, 11, o novo cronograma do concurso da Polícia Militar de Roraima.

A notícia foi dada em primeira mão pelo reitor da Uerr, Regys Freitas, em entrevista ao programa Agenda da Semana apresentado pelo economista Getúlio Cruz.

“Vamos publicar o cronograma com as datas para que os candidatos fiquem seguros e possam se preparar para os testes físicos. Não tínhamos informado antes por conta da falta de segurança jurídica, visto que mais de 90 candidatos que não foram classificados nas etapas anteriores, e que se sentiram prejudicados, entraram na Justiça, além de ser preciso fazer novos exames médicos complementares de candidatos, que obrigaram a instituição de ensino a alterar o cronograma anterior”.

A Uerr, responsável pelo concurso, conta hoje com 8,6 mil alunos em 23 cursos, entre licenciatura e bacharelado, e tem 18 especializações, sendo cinco doutorados. “Poderíamos ter mais se não fosse o contingenciamento. Mesmo assim, proporcionalmente somos a instituição com maior número de doutores.”

Freitas falou que a Instituição está com problemas orçamentários e que busca alternativas para que a Uerr não precise sobreviver apenas de repasses públicos. O orçamento da instituição vem sofrendo com déficit e a universidade está com incapacidade de pagar a totalidade de suas contas, visto que 83% dos recursos é para despesa de pessoal. “Ficamos com R$ 700 mil por mês e sempre digo que temos que economizar o café, para almoçar, e o almoço, para jantar. Nesses casos, o gestor público opta por fazer o que achar melhor com o recurso que dispõe. Investimos no  campus de excelência, aumentamos a qualidade dos cursos e adquirimos acervo bibliográfico e mobiliário”.

O reitor exaltou a importância do curso de Medicina, implantado em 2017 pela Instituição, e disse que o curso não gera despesas e trouxe benefícios para a Instituição. “Contratamos apenas cinco doutores para o Curso, dos quais dois médicos. Os outros professores já tínhamos em outros cursos e o dispêndio financeiro estava estabelecido na lei. Os estágios são feitos em hospitais do Estado e o investimento é mínimo, sendo que o mesmo laboratório de Medicina também serve para os cursos de Educação Física, Enfermagem e Serviço Social. Atraímos mais investimentos para a Instituição por causa do curso de Medicina.”

INTERVENÇÃO – O reitor explicou que ele não tem nenhum tipo de influência ou ingerência no processo eleitoral. “O edital saiu e tivemos que apresentar documentação e se inscreveram duas chapas, sendo que uma trouxe documentação faltante, que era certidão negativa da justiça federal, em âmbito da 2ª instância, e a comissão eleitoral indeferiu sua inscrição. Todos podiam se inscrever e somente duas chapas se inscreveram, e não tenho nada a ver se não cumpriu os requisitos do edital. Em dois dias foi possível o governo receber pseudo denúncias e iniciar o processo de intervenção, sendo que no dia seguinte começaria o processo eleitoral. É complicado afastar essa ligação”.

Para ele, se o débito com o imposto de renda devido dos servidores fosse razão para intervenção, outras instituições já teriam sofrido o mesmo procedimento.

“E se esse débito fosse razão pra intervenção a defensoria também teria, pois eles também devem, assim como nós. Recebemos ofício da Sefaz dia 30, pela manhã, e respondemos no mesmo dia e solicitamos parcelamento junto à receita estadual; e no outro dia fomos surpreendidos com essa intervenção. O estado tem autonomia para fazer o parcelamento dessa dívida e até para remir e perdoar, e em vez de responder ao ofício fizeram essa intervenção na instituição.”

Regys comentou que o processo de intervenção durou dois dias úteis e perdurou no sábado e domingo.

“Os principais atos da interventora identificáveis foram a remoção dos processos de despesas da universidade; e se o principal motivo da intervenção era ausência do pagamento do imposto de renda, não entendemos as razões de ela ter ido buscar processos que tratam de despesas. E até hoje esses processos retirados sem autorização judicial não foram devolvidos. Eu não tenho ideia de para onde eles foram e não encontramos inventário de saída, nem auto de apreensão e nem de recebimento. E não houve emissão de busca e apreensão por parte da justiça e foi tudo por obra do decreto; e deveria ter a relação do que foi retirado e essa relação não existe.”

O reitor citou que além da apreensão e do sumiço dos processos houve até mesmo revista pessoal e depoimento sem autorização de servidores. “Alguns nem voltaram ainda ao trabalho por estarem com problemas psicológicos pelo assédio que sofreram.”

Para finalizar, o reitor Regys Freitas disse que não quer acreditar que tenha sofrido algum tipo de retaliação política por conta do estranhamento entre legislativo e executivo e pelo fato de ser considerado ‘próximo’ ao presidente da Assembleia, Jalser Renier.

“Eu quero crer que isso não ocorreu por essa razão. A universidade vive suas próprias funções. E eu sou daqui e minha família é daqui de Roraima e possuo amizade com vários deputados, e não deveria haver briga entre os poderes, que deveriam se respeitar por serem independentes e harmônicos. A Uerr deveria existir para praticar a política da educação. O governador é democrata, e as questões políticas não devem ser fonte de interferência nas instituições”, concluiu.