O Ministério Público de Roraima (MPRR) denunciou à Justiça o tenente-coronel do Exército Kleber Yañez do Nascimento pelo crime de feminicídio, em contexto de violência doméstica e familiar.
O militar é acusado de matar o sogro, Diogênio Mayer, uma vez que a morte ocorreu da conduta homicida dirigida contra a esposa, em contexto de violência doméstica e familiar durante uma briga com ela no dia 19 de outubro, em Boa Vista. O suspeito está preso desde o dia do crime. A vítima morreu três dias depois.
Segundo a denúncia da Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri, a morte de Diogênio decorreu de uma tentativa de proteger a filha e a neta. Após uma discussão iniciada durante uma confraternização familiar, a filha do casal, de dez anos, chamou o avô e o tio para ajudar a conter o pai.
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No local, o tenente-coronel entrou em luta corporal com os dois, conseguiu se soltar, pegou uma arma e atirou contra a esposa e os familiares. Um dos disparos atingiu Diogênio Mayer no abdômen, quando ele tentou proteger a filha e a neta.
“Em ato contínuo, o acusado mirou em direção a Paulo Vitor Mayer e efetuou dois disparos, não o atingindo, pois esse se abaixou e ficou atrás do carro. Logo após, direcionou a arma contra sua esposa, K. M. Y., desferindo novos disparos. Neste instante, Diogênio Mayer colocou-se à frente da filha e da neta, em uma tentativa de protegê-las, sendo atingido na região abdominal pelos projéteis que tinham como alvo a esposa do agressor”, narra trecho da Denúncia do MPRR, assinada pelo Promotor de Justiça, André Bagatin.
O MP também pediu que o oficial pague indenizações às vítimas: R$ 50 mil à esposa, R$ 20 mil ao cunhado e R$ 150 mil à família de Diogênio Mayer.
Além disso, o órgão requereu o envio de cópia do boletim de ocorrência ao Comando do Exército para investigar possível fraude processual cometida por militares que estiveram no local do crime.
“Roraima registra índices de violência doméstica alarmantes, que podem chegar a um nível como esse, onde a vítima perde a vida e famílias são destruídas pela ação do agressor. É urgente que a sociedade se mobilize para conter o avanço desse tipo de violência”, afirmou Bagatin.
