Abóbora, cenoura e batata são vegetais ricos em nutrientes (Foto: Divulgação)
Abóbora, cenoura e batata são vegetais ricos em nutrientes (Foto: Divulgação)

Uma alimentação rica em vegetais pode ser uma aliada poderosa na prevenção de complicações graves em pessoas com doenças cardiometabólicas. De acordo com um estudo apresentado em março de 2025 pelo American College of Cardiology, pacientes com condições como obesidade, diabetes e doenças cardíacas que aderiram a uma dieta baseada em plantas tiveram uma redução de 17% a 24% no risco de morte por qualquer causa, incluindo doenças cardiovasculares e câncer, quando comparados aos que mantiveram hábitos alimentares menos saudáveis.

Os pesquisadores destacaram que nem toda dieta vegetal oferece os mesmos benefícios. O estudo faz uma distinção importante entre o que chama de “dieta vegetal saudável” (composta por frutas, legumes, grãos integrais, leguminosas, chás e café) e a “dieta vegetal pouco saudável”, que inclui alimentos ultraprocessados, grãos refinados, batatas fritas, bebidas açucaradas e outros produtos de baixo valor nutricional. Segundo os resultados, apenas o primeiro grupo apresentou redução significativa nos índices de mortalidade e melhora nos indicadores metabólicos.

Os dados reforçam a ideia de que não basta apenas “comer mais plantas”: é a qualidade dos alimentos vegetais que faz a diferença. A presença de fibras, antioxidantes e compostos anti-inflamatórios em frutas, verduras e cereais integrais ajuda a reduzir processos inflamatórios e a controlar os níveis de glicose e colesterol, fatores fundamentais para quem vive com doenças crônicas.

Apesar dos resultados animadores, os autores ressaltam que o estudo é observacional e, portanto, não prova uma relação de causa e efeito direta entre o consumo de alimentos vegetais e a redução do risco de morte. Outros fatores de estilo de vida, como prática de atividade física, cessação do tabagismo e controle do estresse, também influenciam a saúde cardiovascular.

Ainda assim, o trabalho do American College of Cardiology reforça uma mensagem cada vez mais apoiada pela ciência: uma dieta equilibrada, centrada em alimentos naturais e minimamente processados, pode ser um passo decisivo para melhorar a qualidade de vida e aumentar a longevidade, especialmente entre pessoas com doenças crônicas.