O cenário do entretenimento no país segue em transformação. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de domicílios com acesso à TV por assinatura continua em queda, especialmente nas áreas rurais, ao mesmo tempo em que o streaming se consolida como alternativa principal para milhões de famílias.
Em 2024, apenas 18,3 milhões de domicílios, o equivalente a 24,3% das casas com televisão, mantinham o serviço de TV paga. O índice representa uma queda de 0,9 ponto percentual em relação ao ano anterior. A redução foi mais expressiva no campo, onde o percentual caiu para 13,5% (recuo de 3,9 p.p.), enquanto nas áreas urbanas o serviço chegou a 25,6%, também em baixa, mas menos acentuada (0,6 p.p. a menos que em 2023).
A pesquisa ainda revela desigualdades regionais: o Sudeste segue na liderança, com 31,1% dos domicílios utilizando TV por assinatura, enquanto o Nordeste permanece na ponta oposta, com apenas 13%. O Sul, por outro lado, destoa da tendência nacional e registrou alta, passando de 26,9% em 2023 para 28,7% em 2024.
Um dado que chama atenção é a diferença de renda. Nos domicílios com TV por assinatura, o rendimento médio per capita chegou a R$ 3.415, mais que o dobro dos R$ 1.671 registrados em lares sem o serviço. Entre os motivos para não contratar, 58,4% disseram não ter interesse, enquanto 31% consideraram o preço elevado.
Já 9,1% afirmaram que substituíram a TV paga pelo acesso a conteúdos via internet, ou seja, filmes, séries e programas em plataformas de streaming. Apenas 0,9% dos domicílios não tinham acesso por falta de disponibilidade do serviço na região.
O movimento demonstra também o crescimento do streaming no Brasil. Em 2024, segundo o IBGE, 32,7 milhões de domicílios já tinham acesso a serviços pagos de vídeo sob demanda, um aumento de 1,5 milhão em relação a 2023. O índice representa 43,4% dos lares com televisão, reforçando a troca de hábitos de consumo. A Região Sul lidera também nesse quesito, com 50,3% dos domicílios conectados a plataformas digitais, enquanto o Nordeste, embora com índices menores (30,1%), foi a região que apresentou maior crescimento proporcional.
O avanço das plataformas digitais e a queda da TV por assinatura confirmam uma mudança estrutural no modo como os brasileiros consomem conteúdo audiovisual. A flexibilidade de horários, a diversidade de catálogos e a popularização de serviços de pagamento acessível consolidam o streaming como tendência dominante, deixando para trás um modelo que já foi sinônimo de status e entretenimento no país.