Quem passa por uma feira livre em Roraima talvez nem imagine a proporção que esse espaço tem na economia local. Só em 2024, as feiras livres gerenciadas pelo Governo do Estado, por meio do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater) movimentaram mais de R$ 87 milhões, recurso que contribuiu para a renda de mais de 600 feirantes, muitos deles agricultores familiares e indígenas.
Nesta segunda-feira, 25, o Dia do Feirante destaca a dedicação de mulheres e homens que acordam de madrugada para garantir alimentos frescos à mesa dos roraimenses. A Feira do Produtor, tradicional entre as famílias, é também um ponto de encontro do comércio direto entre produtores e consumidores. Só no último ano, foram comercializadas mais de 12 mil toneladas de alimentos, com destaque para a banana (mais de 500 toneladas), o peixe (151 toneladas) e a melancia (mais de mil toneladas).
Investir nas feiras livres como plataformas econômicas integra a política estadual do Governo de Roraima no fortalecimento da agricultura familiar, que valoriza o papel dos feirantes e garante alimentos de qualidade para a população.
“Nosso compromisso é apoiar quem produz e comercializa diretamente, fortalecendo a agricultura familiar e indígena, gerando renda e oferecendo alimentos frescos e saudáveis para a mesa das famílias roraimenses”, declara o governador Antonio Denarium.
Histórias que inspiram
Por trás das bancas estão histórias de dedicação e amor de quem gosta do que faz. A feirante Márcia Pimentel, que há quase 30 anos comercializa peixe na Feira do Produtor, explica que ser feirante é uma escolha de vida.
“Eu aprendi a gostar do que faço. Eu adoro trabalhar aqui na feira, com a minha mercadoria, eu dou o meu melhor. A gente constrói amizades que vão além da relação de cliente. É o preço, é a qualidade, é o carinho com que a gente trabalha. Ser feirante é aprender a gostar do que faz”, diz.
A cozinheira Helenita Viana, que há 15 anos atende no café da feira, também falou da sua paixão pela rotina. “A gente acorda muito cedo todos os dias para preparar essas delícias e atender a comunidade. Eu amo o que eu faço, gosto de cozinhar e de ver meus clientes satisfeitos”, afirma.
E os consumidores confirmam. O caminhoneiro Luís Costa de Oliveira, frequentador assíduo quando está em Boa Vista, é só elogios: “Sempre que venho, tomo café aqui. Atendimento 100%. Tudo do jeito que a gente pede. A feira é isso mesmo, qualidade, aconchego e tradição”, frisa.
Plataformas econômicas tradicionais
Para o diretor de Organização da Produção e Comercialização Rural do Iater, Marlon Maia, as feiras vão além das vendas e proporcionam a democratização da agricultura familiar.
“As feiras são um espaço democrático de comercialização, que gera renda ao agricultor, dá visibilidade à produção indígena e garante ao consumidor alimentos frescos, saudáveis e de qualidade. O Iater tem atuado para apoiar os feirantes e agricultores, seja com organização, assistência técnica, ou investimentos em infraestrutura e logística. Celebrar o Dia do Feirante é valorizar o elo que conecta campo e cidade”, reforça.
Revitalização das feiras
O Governo de Roraima, por meio da gestão do governador Antonio Denarium, tem investido na modernização dos espaços de comercialização. A Feira do Passarão, fechada desde 2017, foi totalmente reformada e entregue em julho de 2024, com 4,4 mil m² de área construída, 124 boxes, câmaras frias, restaurantes, lanchonetes, estacionamento e estrutura moderna para feirantes e consumidores.
Já a Feira do Produtor, a maior do Estado, está em obras de revitalização com previsão de conclusão em agosto de 2026. O projeto prevê melhorias como a construção de uma câmara coletora de resíduos, nova peixaria, modernização dos açougues, câmara fria, além de banheiros, vestiários e setores de serviços e variedades.