AGENDA DA SEMANA

Disputa por Essequibo intensifica tensão geopolítica na América do Sul, avalia especialista

Doutor Haroldo Amoras falou sobre a situação política no país vizinho em entrevista ao Agenda da Semana, nesse domingo (24)

AROLDO AMORAS
Dr Haroldo Amoras em entrevista à Rádio Folha

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM nesse domingo (24), o doutor em Relações Internacionais Haroldo Amoras afirmou que a disputa entre Venezuela e Guiana pela região do Essequibo é um dos maiores pontos de tensão geopolítica do continente.

Segundo ele, a presença de petróleo de alta qualidade atraiu o interesse de potências como Estados Unidos, China e Rússia, transformando o território em “objeto de disputas e pressões comerciais e políticas”.

“O petróleo do Essequibo já está pautado lá, medido, um potencial de 18 bilhões de barris. Então, o Essequibo passou a ser o canal lá do Oriente Médio, semelhante. Ele passou a ser o objeto de disputas e de pressões comerciais, principalmente pressões políticas, para a exploração disso, onde o Maduro é o principal mensageiro desses interesses, que claramente são os interesses da Rússia e da própria China, e de outros países, como o Irã”, destacou.

Ele aponta ainda que, em meio a disputa, a tendência é de maior isolamento de Caracas. “Primeiro, vai haver a maior dependência da Venezuela em relação à China e à Rússia. E a segunda é o isolamento da Venezuela do mundo ocidental. Isso vai encarecer, certamente, o comércio venezuelano, tornando-o mais frágil.”

Venezuela e a Disputa pelo Essequibo: Implicações e Isolamento

O especialista fez ainda uma comparação com a situação de Cuba, lembrando que o bloqueio imposto pelos Estados Unidos nunca conseguiu derrubar o regime comunista. “Esse ‘apertado tourniquete’ não funcionou pra Cuba. Até hoje os Estados Unidos não conseguiram a mudança do regime. Provavelmente vai acontecer o mesmo com a Venezuela.”

Impactos da Crise Venezuelana no Brasil

Por fim, ele destacou os impactos diretos para o Brasil diante da crise humanitária: “Essa briga sobra pra nós que temos que receber os venezuelanos que fogem do seu país, inclusive pela crise humanitária. Já são 7 milhões de pessoas que deixaram a Venezuela procurando abrigo e oportunidades em outros países, e o Brasil é um deles.”

Acompanhe a entrevista na íntegra:

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.