HABEAS CORPUS

Filho de ex-governadores é solto sob medidas cautelares

Eduardo Campos ficou dois dias preso por suposto elo com o garimpo ilegal. Desembargadora apontou ilegalidade na prisão dos suspeitos

Eduardo Campos; ouro achado pela PF durante a prisão do pecuarista (Fotos: Divulgação)
Eduardo Campos; ouro achado pela PF durante a prisão do pecuarista (Fotos: Divulgação)

A desembargadora federal plantonista Maria do Carmo Cardoso determinou a soltura do pecuarista Eduardo Silva Ribeiro Campos. O filho dos ex-governadores Neudo Campos e Suely Campos ficou dois dias preso na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) por suposto envolvimento com o garimpo ilegal.

Na decisão de domingo (27) que também beneficiou outros dois investigados, a magistrada ordenou quatro medidas cautelares:

  • Comparecimento mensal em juízo para informar e justificar suas atividades;
  • Proibição de se ausentar da comarca de residência por período superior a 30 dias sem prévia autorização judicial;
  • Comparecimento a todos os atos processuais para os quais for regularmente intimado; e
  • Comunicação imediata de qualquer mudança de endereço ou telefone.

Maria do Carmo entendeu não haver “gravidade” de fatos que apontem para a existência de “estrutura complexa de apoio logístico ao garimpo ilegal em Roraima”.

Assim, a desembargadora concluiu que a prisão preventiva do grupo foi ilegal, principalmente por envolver a destruição, pela Polícia Federal (PF), da aeronave interceptada com suspeitos em uma fazenda em Cantá.

Operação de PF, Anac e Ibama destruíram aeronave em fazenda em Cantá (Foto: Divulgação)

Para ela, isso inviabiliza perícia técnica que seria crucial para a defesa dos suspeitos, como a comprovação de que a aeronave não possuía modificações para transporte de carga ou que os materiais encontrados eram compatíveis com a atividade agropecuária desenvolvida na propriedade.

“Tal ato, realizado sem autorização judicial prévia, representa, em uma análise preliminar, uma gravíssima quebra na cadeia de custódia da prova, maculando a prova de materialidade e tornando-a potencialmente ilícita”, avaliou.

Autores do pedido de habeas corpus de Eduardo Campos, os advogados Bruno Rodrigues e Marcelo Campos publicaram nota para endossar que a decisão demonstrou a “ilegalidade da prisão, efetuada mediante invasão ilegal de propriedade privada e abusiva incineração da aeronave, revelando atos arbitrários, já que praticados sem a devida autorização judicial prévia”.

Em outra decisão, a Justiça Federal concedeu habeas corpus para outro investigado. Enquanto isso, outros dois acusados permanecem presos.

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