
O governo de Roraima voltou atrás na convocação dos aprovados no concurso da Polícia Civil e adiou o curso de formação para 2026. É o que denuncia o grupo de 120 candidatos aprovados no cadastro reserva. A mudança repentina teria sido informada nessa quarta-feira (2) pelo vice-governador Edson Damião, durante reunião com representantes da comissão de aprovados.
A decisão contraria o que havia sido divulgado pela Assembleia Legislativa (ALE-RR). No dia 12 de maio, uma reunião da Comissão Especial da ALE-RR propôs oficialmente o início do curso em agosto, com nomeações previstas para janeiro de 2026. O entendimento foi apresentado com apoio da Secretaria de Planejamento (Seplan), da Casa Civil, de parlamentares da base aliada e da cúpula da Polícia Civil.
Segundo Gustavo Oliveira, representante do grupo, o governador Antônio Denarium teria reafirmado o compromisso em ligação telefônica, em junho, que R$ 10 milhões estavam disponíveis para o curso e nomeação, e que iriam ser chamados em agosto. Teriam participado da chamada a delegada-geral da Polícia Civil, Darlinda de Moura Viana, o delegado-adjunto Luciano Cunha, além de representantes dos 120 aprovados do cadastro reserva.
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“A gente tinha conseguido aquela verba de R$ 10 milhões em dezembro de 2024, junto com a Assembleia e fomos nos alinhando com a Polícia Civil. A Polícia Civil fez pedido de armamento, fez toda a convocação dos instrutores. A gente deixou tudo redondo para que o curso fosse em agosto desse ano”, relatou o jovem, aprovado para o cargo de auxiliar de perito criminal.
No entanto, nessa quarta-feira (2), receberam a informação, em reunião com o vice-governador, de que os R$ 10 milhões foram utilizados para outros fins. Ainda, que o secretário de Planejamento, Rafael Fraia, teria detalhado que o recurso seria utilizado para pagamento do reajuste dos servidores.
“Foi uma rasteira. Todo o grupo sentiu traído porque já estávamos acreditando que a convocação sairia. Estava tudo pronto: orçamento, estrutura, vontade política. Faltou compromisso”, afirmou Gustavo. “De acordo com o secretário, eles estavam com déficit de R$ 12 milhões, tinham os nossos R$ 10 [milhões], agora eles têm um déficit de R$ 2 milhões. Só que o nosso impacto na folha é de 0,18%, e o impacto com o aumento dos servidores é de 2%. Então, daria para encaixar a gente junto”, completou.
O representante do grupo afirmou que a frustração do grupo é geral e que a própria delegada-geral já reforçou a urgência da formação diante do número de aposentadorias previstas na corporação. Para cobrar posicionamento, o grupo realizará um ato a partir das 14h em frente ao Palácio Senador Hélio Campos na próxima segunda-feira (7).
Procurado pela reportagem, o Governo de Roraima não se manifestou até a publicação da matéria. O espaço segue aberto para manifestação.