AGENDA DA SEMANA

Secretária contesta dados do Atlas da Violência e afirma que Roraima é o estado que mais reduziu homicídios

Secretária rebate pesquisa, detalha investimentos e implementação de tecnologia para reforçar a segurança no estado.

Secretária contesta dados do Atlas da Violência e afirma que Roraima é o estado que mais reduziu homicídios

A secretária de segurança pública de Roraima, Coronel PM Carla Jordanna Rodrigues, contestou veementemente os dados do Atlas da Violência que aponta Roraima como um dos estados mais violentos do país e o primeiro em violência contra a mulher. Em entrevista ao Agenda da Semana neste domingo (18), ela afirmou categoricamente: “No Ministério da Justiça, hoje, por exemplo, Roraima, está em primeiro lugar na redução de homicídios no país. Primeiro lugar, disparado”.

Carla Jordanna explicou que a pesquisa mencionada utiliza dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), ligado ao Ministério da Saúde, enquanto as informações oficiais da segurança pública de Roraima são diretamente reportadas ao Ministério da Justiça.

“Com o recurso que a gente recebe do Ministério da Justiça, temos metas para cumprir, para que esses recursos, eles continuem vindo. E essas metas, ano após ano, estão sendo cumpridas pelo governo do estado de Roraima”, assegurou. Ela também destacou a expressiva redução de 55% nos casos de feminicídio no estado.

A secretária enfatizou o “alto grau de investimento do governo do estado” na segurança pública desde 2019. “Em 2018, tínhamos quatro viaturas na rua… Hoje, nós temos em torno de 90 viaturas em todo o estado”, comparou, ilustrando a melhoria na infraestrutura. Ela também ressaltou a expansão da presença da segurança pública em todo o território roraimense, desde “Caicubí, que é lá no Amazonas, a fronteira morenada, até o Uiramutã”.

Um fator significativo abordado foi o impacto da migração venezuelana. “A migração venezuelana é o segundo maior evento de migração de toda a história do mundo… Tivemos com isso, infelizmente, a entrada de facções venezuelanas extremamente violentas”, lamentou. Apesar desse desafio, ela informou que “a cada três homicídios em Roraima, hoje, um é venezuelano”, evidenciando a influência desse fenômeno nos índices criminais. “E a gente tem tentado combater o máximo possível com a inteligência, além do policiamento ostensivo, além da polícia civil, com a sua inteligência, que está trabalhando muito bem”, garantiu.

Carla Jordanna detalhou o funcionamento do Centro Integrado de Comando e Controle, subordinado à Secretaria de Segurança Pública, que opera “24 horas o monitoramento”. Ela anunciou a implementação de um sistema de vídeo monitoramento com “130” câmeras em todo o estado, utilizando reconhecimento facial e de placas.

“Essas câmeras farão reconhecimento facial de foragidos, de pessoas que são perigosas… Reconhecimento de placas, se houve um roubo em Boa Vista… ela vai fazer um cerco eletrônico para mostrar onde o carro está passando”, explicou. A integração com o sistema de monitoramento da Guarda Municipal de Boa Vista está em planejamento.

Sobre a Força Nacional, cuja permanência foi prorrogada, a secretária afirmou que a atuação é “totalmente interligada” com as forças estaduais, focada principalmente no patrulhamento preventivo e no apoio às áreas indígenas. “O nosso trabalho hoje é esse, não deixar o crime acontecer. Por isso que os índices vêm reduzindo a cada dia”, declarou.

Ao discutir os desafios para o avanço da segurança pública no Brasil, Carla Jordanna apontou para a complexidade e a interpretação da legislação. “No Brasil temos leis demais. Leis que são interpretadas de acordo com cada grau da justiça. E isso vem atrapalhando, sim, vem”, reconheceu.

Ela defendeu leis mais claras e objetivas, e expressou ressalvas em relação à centralização proposta na PEC da segurança pública. “Eu acredito que tem pontos que devem ser revistos. Tipo, essa maior centralização no governo federal, eu sou contra. Porque hoje, sim, os nossos estados, governadores, têm avançado com a segurança pública”.

Confira a entrevista completa

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.