Polícia

Quadrilha especializada em arrombar caixas eletrônicos veio de Manaus

Cinco presos em flagrante na operação são amazonenses e três, que ainda estão sendo investigados, moram em Roraima

Trabalho em conjunto das polícias em Roraima desarticulou uma quadrilha especializada em arrombar caixas eletrônicos na cidade. Após quase um mês de investigações e monitoramento, a polícia conseguiu prender, em flagrante, na noite de anteontem, dia 8, cinco bandidos que arrombavam um caixa eletrônico do Banco da Amazônia (Basa), na Praça do Centro Cívico. A ação criminosa ia render R$300 mil ao bando.
Ao todo, seis homens e duas mulheres foram investigados pela polícia. Os cinco presos são do Amazonas e estavam em Boa Vista há pelo menos três semanas estudando o movimento em vários caixas eletrônicos espalhados pela Capital. Um homem e duas mulheres podem ter envolvimento, fazendo parte da equipe de apoio dos cinco.
A prisão ocorreu após uma ação conjunta de agentes do Núcleo de Inteligência do Departamento de Narcóticos (NI/Denarc), do Grupo de Resposta Tática (GRT) do 1º Distrito Policial (DP), da Divisão de Investigação e Captura (Dicap) da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) e do setor de Inteligência da Polícia Militar do Estado.
Ontem à tarde, em coletiva, a delegada-geral Haydèe de Magalhães falou do caso.  Primeiro ela elogiou o trabalho em equipe e o esforço de todos que participaram da operação. “A Delegacia- Geral vai continuar apoiando ações em parceria com o Núcleo de Inteligência e demais órgãos de segurança. O resultado está aí. Conseguimos nos antecipar aos criminosos e logramos êxito. Mas as investigações continuam”.
Responsável pelas investigações, a titular do 1o Distrito de Polícia, delegada Francilene Lima, deu detalhes da prisão. Relatou que os bandidos já vinham sendo monitorados há mais de 10 dias, mas os agentes estavam esperando o momento certo para prendê-los. “A quadrilha estudava os caixas eletrônicos e nós estudávamos os passos da quadrilha. Foi um serviço minucioso e cansativo, mas conseguimos prender os cinco suspeitos em flagrante”, ressaltou.
A delegada informou que os outros três, que podem fazer parte da quadrilha, ainda estão sendo investigados. Ontem, apenas os cinco que participaram efetivamente do arrombamento foram encaminhados à Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), zona rural. “Eles responderão por organização criminosa, furto qualificado tentado, um por falsidade ideológica e outro por posse de arma de fogo”, adiantou.
Durante a prisão, os policiais foram até uma casa que serviria como base da quadrilha, no bairro Equatorial, zona Oeste, onde os investigadores prenderam um homem, duas mulheres e apreenderam a arma de fogo. Francilene adiantou que os três ainda seriam escutados. Todos os cinco presos do Amazonas já têm passagem pela polícia por furto, roubo, porte de arma e outros crimes.
Em depoimento, um dos cabeças da quadrilha teria afirmado, segundo a delegada, que o bando não usava armas, e sim a inteligência. “Mas o que eles não contavam é que a aqui a nossa polícia também trabalha com o setor de inteligência”, lembrou a delegada Francilene.
Os policiais começaram a investigar a quadrilha quando dois dos integrantes foram filmados pelas câmeras de segurança do Basa, tirando fotos da parte externa dos caixas, dentro da agência bancária. Desde então, várias equipes se uniram para acompanhar os passos dos criminosos. Dezenas de policias trabalharam se revezando 24 horas por dia, monitorando a agência bancária e fazendo o acompanhamento dos suspeitos. A investigação foi nomeada de “Operação Basa”.
Durante o monitoramento, os policiais descobriram que parte da quadrilha se hospedou em um hotel no bairro São Vicente, zona Sul, e outra parte ficou em uma casa no bairro Equatorial.
A quadrilha utilizava três veículos durante todo o planejamento e ação, um Vectra GT de cor prata, placa JXP 3283, um veículo Celta, com placa JXK 6649 e um Fiesta, com placa NON 9023. Na sexta-feira, dia 6, um dos suspeitos colocou uma garrafa pet para bloquear o sensor de presença atrás dos caixas na agência do Basa.
Na noite do mesmo dia, eles voltaram e jogaram uma mochila contendo spray, pé de cabra e duas garrafas pets contendo um líquido branco utilizado para cegar a broca especial utilizada para furar o terminal. Na manhã do dia seguinte, sábado, 7, os bandidos foram até o banco para ver se a mochila estava do mesmo jeito.
À noite, fizeram um teste na segurança do local retornando ao banco para deixar uma furadeira eletromagnética industrial e, com o spray, picharam as lentes das câmeras para que o sistema de segurança não filmasse a ação.
No domingo, dia 8, pela manhã, a quadrilha verificou junto ao banco se tudo estava como eles haviam planejado. Voltaram ao hotel e aguardaram o horário da ação. Por volta das 21h, a quadrilha se deslocou ao Centro Cívico para o arrombamento.
Dois integrantes da quadrilha entraram na agência e passaram para trás dos caixas com os equipamentos. Um ficou sentado no banco da praça ao telefone e outros dois esperavam como motoristas dentro dos veículos de apoio. Foi quando os policiais surpreenderam os assaltantes, que não tiveram tempo de fugir.

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