Cotidiano

Empresa afirma que combustível mantém energia por nove dias

Afirmação partiu de Jocely Ferreira Lima, gerente do Departamento de Operação, Manutenção e Geração da empresa

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FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

O fornecimento de energia da Venezuela para o Brasil foi suspenso quinta-feira, 21, após um pedido da empresa venezuelana Corpoelec. De acordo com o gerente do Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Roraima Energia, Jocely Ferreira Lima, houve um problema técnico no país vizinho. Para suprir a demanda local, as termoelétricas funcionaram das 6h às 12h.

Com a atual crise diplomática entre o Brasil e a Venezuela, muito se cogita sobre a possibilidade de corte no fornecimento de energia do país vizinho para Roraima. De acordo com Jocely Lima, atualmente a Roraima Energia possui um estoque de óleo para manter as termoelétricas funcionando por nove dias ininterruptamente. Ele afirmou ainda que todo combustível gasto é reposto no dia seguinte ao uso.

“Há dois, três meses, nós estamos montando uma logística e há uma capacidade de tanque para 10,5 milhões de litros, mais ou menos, e estamos mantendo já há alguns meses esta quantidade. Então, todos os dias, estou abastecendo a quantidade de óleo que é consumida no dia anterior”, garantiu.

O gerente explicou ainda que as termoelétricas atendem Boa Vista, as sedes de mais dez municípios e que o restante do Estado é atendido por outras termoelétricas menores que também pertencem à empresa Roraima Energia.

“Hoje, não temos preocupação com a demanda. Com tudo que temos instalado, se a Venezuela desligar, nós conseguimos atender todo o nosso mercado tranquilamente, só o consumo de óleo que vai aumentar.”

As termoelétricas abastecem a capital, o nordeste do Estado e toda região centro-sul. A Usina de Jatapu complementa o abastecimento em algumas partes do centro-sul, que vai até a divisa com o Amazonas pela BR. As demais localidades, em sua maioria comunidades indígenas mais afastadas de Boa Vista, são abastecidas por térmicas.

Os litros de óleo gastos hoje dependem do quanto é importado de energia da Venezuela, mas, para complementar a energia comprada, tem sido gasto diariamente entre 350 mil e 400 mil litros. Para que o Estado seja abastecido um dia inteiro pelas termoelétricas, são necessários de 900 mil a um milhão de litros.

A mudança não deverá afetar as contas de energia dos roraimenses imediatamente, caso seja necessário manter o abastecimento com as termoelétricas. Mas quando houver o ajuste de tarifa, tradicionalmente realizado em novembro, a mudança no consumo de óleo deverá ser considerada.

“Diretamente, isso não impacta nas contas dos consumidores, mas é claro que impacta nos consumidores do Brasil inteiro porque isto é uma conta de consumo de combustíveis fósseis que é subsidiada pelo governo federal. Então, acaba afetando o Brasil inteiro. Mas diretamente não há impacto imediato porque a revisão tarifária e os ajustes ocorrem em novembro de cada ano”, explicou.

Presidente de sindicato tem dúvidas quanto à capacidade de manter termoelétricas

A capacidade de manter as termoelétricas funcionando por longos períodos ainda gera desconfiança em muitos roraimenses. O presidente do Sindicato dos Urbanitários de Roraima (Stiurr), Gissélio Cunha, acredita que não há logística para manter as máquinas trabalhando por 24 horas sem interrupções.

“Há o risco de a qualquer momento o presidente de lá [Venezuela] suspender o fornecimento e a empresa [Roraima Energia] vai precisar de uma logística muito grande para manter essas máquinas operando por 24 horas de forma ininterrupta”, disse Cunha, afirmando ainda que o Linhão de Tucuruí é um plano que levará de dois a três anos para ser posto em prática.

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