As irregularidades na aplicação dos recursos federais que vinham para a merenda escolar em Roraima eram milionários, segundo apurou a Polícia Federal (PF) em inquérito que foi aberto após denuncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF).
Somente nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, 4, foram apreendidas notas fiscais que equivaliam a quase R$ 1 milhão de carne comprada para a merenda, sendo que várias vezes desse ano foi noticiado a ausência desse tipo de alimento no setor. Somente uma das notas equivalia a pagamento no valor de R$ 500 mil reais e a outra era de mais de R$ 300 mil.
O órgão acredita que as irregularidades equivaliam a 100% do que chegava de recursos nos últimos meses. As discrepâncias nos valores foram apuradas pelo próprio MPF e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que fiscalizou a Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed).
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O relatório do FNDE aponta que os recursos transferidos pelo Governo Federal foram desviados da alimentação escolar dos alunos da Capital, e que esses recursos não reverteram em favor dos alunos das escolas estaduais do interior.
Além disso, o FNDE apontou no relatório uma série de irregularidades encontradas durante a fiscalização. Segundo o FNDE, os cardápios da alimentação escolar não são variados, pois são distribuídas aos alunos preparações que se repetem durante todo o ano, há mais de dois anos. Há uma frequência significativa de preparações com alimentos industrializados que contrariam o objetivo de fornecer uma alimentação saudável, e não há previsão de oferta de frutas, verduras e legumes frescos, numa evidente carência de alimentos fontes de vitaminas, minerais e fibras.
Até o momento cinco pessoas foram detidas e encaminhadas para a sede da Polícia Federal, sendo uma delas ex-secretário de Educação.
