Cotidiano

Roraima registra 42 casos em dez meses

Apesar do fator genético, os cuidados com a saúde e a alimentação são as principais armas contra a doença

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Na semana em que se comemora o Dia Mundial de Combate ao Câncer, autoridades de saúde expõem cada vez mais a sua preocupação com o crescimento da doença. No Brasil, o câncer é a segunda maior causa de mortes naturais, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. Entre os tipos com maior incidência está o câncer de próstata. No mundo, ela é o sexto tipo mais comum e o de maior incidência nos homens.
Cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem em homens com mais de 65 anos. Quando diagnosticado e tratado no início, os riscos de mortalidade são reduzidos. No Brasil, é a quarta causa de morte por câncer e corresponde a 6% do total de óbitos por este grupo. Em Roraima, conforme o Departamento de Políticas Oncológicas da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), de janeiro a outubro do ano passado foram diagnosticados 254 casos de câncer, dos quais 42 de próstata, 16 a menos que em 2013. 
“Eu diria que hoje os homens são muito receptivos à importância do exame. Apesar de vivermos em um país latino, que tem uma cultura muito forte na questão da masculinidade, a gente vê que temos uma preocupação grande com a saúde. O fato é que temos campanhas que encorajam o falar abertamente sobre essa doença, deixamos homens muito abertos para conversar sobre o assunto”, destacou o médico urologista Mário Maciel Júnior.
Segundo ele, a idade, o histórico familiar, a raça e os hábitos alimentares continuam sendo os principais fatores de risco. Mas, como em toda regra, existem também as suas exceções. “Se a pessoa conseguir regredir peso ou deixar de consumir proteína animal, ela tem uma chance de não desenvolver esse câncer. Mas o fator genético, afrodescendência ou uma idade avançada aumentam as chances de a pessoa ter a doença, pois são fatores que não tem como mudar. Mas vale dizer que, mesmo esses sendo componentes de pré-disposição, isso não quer dizer que essa pessoa irá desenvolver a doença”, frisou.
O médico acredita que a conscientização do homem sobre a doença, a facilidade de acesso aos exames de diagnósticos e a compilação de dados que ainda não haviam sido confirmados, são os fatores que justificam o crescimento estatístico da doença.
Maciel afirma que, no país, a doença ainda é considerada de baixo risco, comparando-a a outros tipos de enfermidade. “Um em cada seis homens terá câncer de próstata, mas a mortalidade desse tipo de doença é muito baixa, em torno 2,3% na população masculina global. Existem outros tipos de enfermidades que ceifam a vida dos homens com maior intensidade que as estatísticas do câncer de próstata. Por exemplo, a violência, seja ela no trânsito ou as mortes por arma de fogo, ou as doenças cardiovasculares. Esses outros fatores sobrepõem o câncer de próstata no nosso país”.           A prevenção e a adoção de hábitos saudáveis continuam sendo a maneira mais eficaz na luta contra a doença, mas a ciência também tem feito avanços da detecção de mecanismos de combate a esse mal. Estudos recentes mostram que a romã, fruta originada da Ásia, pode vir a se tornar uma grande aliada, pois apresenta componentes que inibem a multiplicação de células cancerosas.
“Já existem estudos que comprovam que, em algumas situações, a Pomegranate, que é uma substância antioxidante presente na romã, conseguiu reduzir de forma satisfatória o crescimento de células tumorais. Na nossa especialidade, essa substância foi ainda mais eficaz. Muitas pessoas que fizeram a radioterapia e tomaram essa substância apresentaram uma baixa quantidade de PSA, que é a proteína produzida pela próstata. São trabalhos que ainda estão na fase de aprofundamento, mas que podem significar uma esperança para o tratamento dessa doença”, frisou. (M.L)

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