Com uma área plantada em torno de 32 mil hectares e produção de quase 100 mil toneladas na última safra, a soja se tornou o principal produto na pauta de exportação roraimense, responsável pelo maior crescimento na balança comercial do Estado nos últimos anos.
Atualmente, 95% da soja plantada no Estado passou por estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Roraima (Embrapa), que desde 1981 realiza trabalho de pesquisas com materiais melhorados e incorporação de incrementos tecnológicos para o desenvolvimento da produtividade do grão.
O trabalho, inclusive, está sendo apresentado com os avanços sobre a cadeia de produção da soja em Roraima. O órgão está realizando a V Reunião de Tecnologias para a Cultura da Soja no Cerrado de Roraima, que iniciou ontem, 21, e segue até esta quinta-feira, 22, no auditório da Embrapa, das 8h30 às 17h.
Estão sendo discutidos o manejo do solo para produção de soja; novas cultivares para Roraima; soja e a safrinha do boi; impacto econômico da produção do grão no Estado, além de painel para discussão das alternativas para aumento da produtividade. “O grande objetivo é disponibilizar para a cadeia produtiva da soja os últimos avanços que ocorreram. É uma atualização dos conhecimentos para melhorar a cadeia produtiva da Soja”, disse o organizador do evento e pesquisador da Embrapa, Vicente Gianluppi.
O Estado possui atualmente cerca de 15 cultivares do grão, que já passaram por testes em áreas produtoras e campos experimentais. Entre as variedades, destaque para a BRS Tracajá, que representa 60% da área semeada em Roraima, e para a BRS 8381, lançada em 2015 e já com 20% de área cultivada. Outros materiais também recomendados para a região são: BRS 8581, BRS 7980, BRS 8780, BRS 9180 IPRO RR, BRS 9383 IPRO RR, BRS Sambaíba, BRS Raimunda e BRS Candeia.
Segundo Gianluppi, a Embrapa vem buscando a pesquisa sobre novos cultivares que sejam resistentes a pragas e doenças nas produções. “Há muito ataque de pragas, como lagartas e percevejos, e hoje temos cultivares resistentes, não precisando aplicar inseticidas. Somando tudo isso temos uma cultivare que produz de 3,5 a 4 toneladas perfeitamente adaptadas nas nossas condições de tempo e solo. Isso é o avanço que fazemos, porque se não for feita a produtividade começa a cair e não fica econômico plantar”, ressaltou.
PRODUÇÃO – No ano de 2017 foram semeados no estado aproximadamente 32 mil hectares de soja convencional, com colheita de três toneladas por hectare, uma produtividade dentro da média brasileira. Para 2018, a estimativa é que amplie em 13,6 %, a área semeada. A grande parte da soja produzida é vendida para o mercado externo, via Porto de Itacoatiara, no Amazonas.
Além do potencial produtivo de Roraima, o pesquisador destacou a disponibilidade de mais de um milhão de hectares de cerrado de fácil mecanização; logística de transporte; proximidade do mercado externo e produção na entressafra brasileira, que possibilita o alcance de preços mais competitivos. (L.G.C)