Funcionários dos Correios em Roraima entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira, 27. Entre as reivindicações estão o aumento salarial e a realização de concurso público para preenchimento do quadro efetivo, além do posicionamento contra as ameaças de privatização e terceirização anunciadas pela empresa. Apesar da paralisação, que faz parte do movimento nacional que iniciou no dia 19 deste mês, nenhuma unidade dos Correios foi fechada.
O membro da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Roraima (Sintect), Antônio Rodrigues, explicou que os funcionários que aderiram à greve estão pedindo o acréscimo de 8% referente à inflação do período da data base, R$ 300,00 linear e 10% nos benefícios de alimentação e refeição. Dos cerca de 10% de servidores que paralisaram quase todos são carteiros.
Rodrigues explicou que o setor tem sido prejudicado há meses por conta da falta de efetivo. Para ele, se a demora das correspondências já estava gerando transtorno à população, a tendência é piorar. “Nesse momento, a população está sendo mais afetada, mas pedimos o apoio dos clientes para que entendam a situação. Não queremos aumentos extraordinários, só aquilo que temos por direito”, disse.
Ainda não há previsão para a realização de concurso público diante dos anúncios de privatização anunciados pelo Governo Federal, apesar do quadro incompleto de servidores. Rodrigues destacou que a empresa não apresentou propostas ou negociações junto à classe. “A única apresentação deles foi a retirada de mais de 20 cláusulas de direito que temos em acordo coletivo. Não tem como aceitar”, frisou.
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Também está sendo reivindicado o aumento da mensalidade do plano de saúde sem negociação e o fechamento dos bancos postais. Segundo Antônio Rodrigues, o Estado vai contar com dois bancos, um em cada shopping da Capital. Nesses locais, está sendo retirada a segurança armada, o que pode facilitar a ação de criminosos junto aos atendentes e aos próprios clientes.
CORREIOS – Diante da greve nacional, os Correios informaram que nas localidades onde há adesão estão sendo realizadas ações a fim de minimizar os transtornos à população. No fim de semana, foram entregues mais de 1,7 milhão de objetos postais, entre cartas e encomendas.
A empresa informou que, junto à Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), chegou a uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para o biênio 2017/2018, que contempla reajuste de 3% nos salários e benefícios a partir do mês de janeiro de 2018 e manutenção do ACT 2016/2017. No entanto, a cláusula do plano de saúde continua sendo mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
De acordo com o levantamento feito ontem pela empresa, mais de 80% dos servidores dos Correios de todo o País estão trabalhando. Em Roraima, a empresa relatou que 26 empregados entraram em greve. “Os Correios informaram que continuam colocando em prática as ações do Plano de Continuidade de Negócios, como o deslocamento de empregados entre as unidades e a realização de horas extras. Essas medidas visam minimizar os impactos do movimento à população”, frisou. (A.G.G)
