A onda de crimes envolvendo motoristas de táxis convencionais e táxis-lotação motivou representantes do sindicato da categoria a pressionar a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) em busca de uma providência. No início do segundo semestre do ano passado, foi firmado um acordo para a criação de um canal de comunicação, através de radiofrequência, entre o órgão e as cooperativas de táxis. Até o momento, a medida ainda não foi efetivada.
O canal de comunicação será instalado no Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOPS), órgão ligado à Sesp. A ideia é proporcionar compartilhamento de informações entre a Secretaria e os taxistas em geral. Ao todo, em Roraima, existem 378 táxis convencionais, 410 táxis-lotação e 350 intermunicipais, segundo dados do Sindicato dos Taxistas de Roraima. De acordo com o presidente da associação, Marino Jorge, todos serão beneficiados com o sistema, pois serão monitorados e terão mais segurança para trabalhar.
“Esse projeto é muito necessário, pois a criminalidade aumentou. Não colocamos a culpa na polícia, porque eles fazem o que podem. Mas sem material, viaturas e com o crime aumentando, fica realmente difícil. O acordo foi feito da seguinte maneira: a Sesp entrará com o monitoramento e nós [sindicato e a categoria em geral] vamos arcar com os aparelhos necessários. Quando havia a Ronda no Bairro em todo lugar, nos sentíamos mais seguros, mas isso não acontece mais da mesma forma. Muitos taxistas passaram a investir na segurança do veículo e tomar outras medidas para evitar novas surpresas”, explicou.
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No momento, ainda segundo Marino, o processo de instalação do canal de comunicação passa pela fase documental. “É o que precisamos agora, colocar tudo no papel. Na reunião que tivemos com o secretário da Sesp [Paulo César Costa] em agosto do ano passado, apenas decidimos isso verbalmente. Nada foi colocado no papel, mas precisamos de celeridade. A categoria não aguenta mais trabalhar com medo. Tivemos um de nossos taxistas roubado e esfaqueado recentemente”, relatou.
Dos 378 táxis convencionais, 108 já possuem o equipamento próprio do canal de comunicação. “Não adianta estar equipado se o sistema ainda não foi instalado. Esses táxis ainda não estão sendo monitorados, por isso precisamos dar celeridade a esse processo. Já tivemos taxistas mortos, roubados, furtados e vítimas de atrocidades. Com essa medida de segurança, a própria população ficará mais segura, pois terá tranquilidade em solicitar o táxi e ‘viajar’ com segurança e sem preocupação. Vamos pressionar para que esse sistema seja instalado muito em breve. Essa semana ainda, tomaremos providências”, garantiu o presidente.
SESP – A Secretaria estadual de Segurança Pública (Sesp) informou à Folha que já foi solicitado o sistema de comunicação utilizado pelos taxistas e sindicalizados para a instalação no Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOPS), mas, até o momento, a solicitação não foi atendida, “impossibilitando assim o trabalho de comunicação para garantir a segurança da classe”. (C.C)
