Cotidiano

Reduz pela metade número de estrangeiros em busca de ajuda

O Gabinete Integrado de Gestão Migratória (GIGM) constatou uma queda de quase 50% em relação ao número de estrangeiros atendidos no Centro de Referência ao Imigrante (CRI), localizado no Ginásio Poliesportivo do Pintolândia, próximo à Praça Germano Augusto Sampaio, zona Oeste. Na implantação do CRI, em novembro passado, 250 imigrantes foram registrados. Atualmente, o número caiu para 133. Destes, 105 são índios venezuelanos da etnia Warao.

Apesar dos imigrantes venezuelanos representarem mais de 90% do número total, o CRI também registrou a presença de cubanos, haitianos e colombianos. Para o chefe da Divisão de Operações Emergenciais do GIGM, tenente Emerson Lima, a redução também foi atribuída ao fato de a população roraimense não estar mais dando dinheiro aos indígenas no semáforo, conforme foi solicitado pelo gabinete.

“Houve diminuição dos pedintes no semáforo. Hoje você só vê as pessoas que estão desempenhando atividades artísticas”, disse. Em pesquisa no CRI, foi descoberto que os imigrantes estão voltando para seu país de origem ou indo para outros centros urbanos. O tenente afirmou que alguns indígenas já estão realizando o mesmo processo de mendigar nas ruas de Manaus (AM). Para ele, mesmo com os serviços disponíveis no CRI, os imigrantes buscam outras formas para ganhar dinheiro.

Lima ressaltou que não tem uma perspectiva de quando o CRI será fechado, tendo em vista que, apesar do GIGM ter sido implantado em outubro com prazo previsto para seis meses de funcionamento, a atuação é relacionada ao fator humanitário. “Temos a perspectiva que o país vizinho se estabilize e se torne novamente um atrativo para que a própria população pare de sair do país”, frisou.

Entidade continua precisando de doações

Segundo o chefe da Divisão de Operações Emergenciais, tenente Emerson Lima, desde o início da atuação, o GIGM está contando com a ajuda da ONG Fraternidade, a Federação Humanitária Nacional, principalmente na captação de doações e no gerenciamento do abrigo.

Ele destacou que, desde o início do movimento de migração em massa, a ONG já atuava nas ruas. Com um ponto de concentração definido, a entidade desenvolve atividades, capta recursos de particulares e comerciantes parceiros e os distribuem da melhor forma. Pessoas anônimas também fornecem doação de alimento, roupa e produto de limpeza. “Atualmente, estamos precisando principalmente de material de limpeza, produtos de higiene e alimentação como carne, frutas e legumes”, frisou.

Centro que dá apoio aos imigrantes foi implantado no mês de novembro

O Centro de Referência ao Imigrante (CRI) foi implantado no dia 29 de novembro, no bairro São Vicente, zona Leste. No início, só tinha a atribuição de dar atendimento médico odontológico e oferecer refeição durante o horário comercial, das 8h às 20h, para mais de 400 imigrantes que estavam residindo na Feira do Passarão, no bairro Asa Branca, zona Oeste, e na Rodoviária Internacional de Boa Vista, localizada no bairro 13 de Setembro, zona Sul, e aos que estavam próximos ao local. A atuação ocorreu até o dia 26 de dezembro.

No dia 27 do mesmo mês, o CRI passou a funcionar no Ginásio do Pintolândia, em atendimento a decisão judicial da Vara da Infância e Juventude, que determinou que o Estado e município arcassem com o fornecimento de alojamento e continuasse com a atenção de alimento. A decisão foi tomada em razão da situação de vulnerabilidade das crianças venezuelanas. (A.G.G)