Cotidiano

Empresas do setor alimentício de RR diminuem gastos com produção

A redução dos desperdícios e o aumento da produtividade nas empresas são os objetivos do programa, que ainda está aberto para atendimento

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Cinco empresas roraimenses aderiram recentemente ao programa Brasil Mais Produtivo, um projeto do Governo Federal em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Por meio do programa, o processo produtivo das empresas é analisado e, em cima do estudo, são propostas alterações para diminuir desperdícios e reduzir os custos de produção. Em Roraima, a execução é feita pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

O objetivo do programa nas empresas é a redução dos desperdícios e o aumento da produtividade em mais de 20% com o uso de ferramentas aplicadas pelos próprios colaboradores. Até o momento, cinco empresas aderiram ao programa, sendo quatro de beneficiamento de arroz e uma distribuidora de bebidas. Atualmente o programa está em fase de execução em duas fábricas de arroz. As demais estão em fase de diagnóstico ou ainda não podem diminuir a intensidade da produção, devido a demanda criada pela crise venezuelana.

Segundo um dos responsáveis pelo programa em Roraima, Marcelo Chagas, o programa foi criado para tentar dar sobrevida às empresas, considerando que alguns setores brasileiros, comumente, apresentam muito desperdício, como é o caso do setor alimentício, costura, metal mecânica, mobiliária e calçados. Os setores foram divididos nacionalmente de acordo com os parceiros e com o Senai Nacional. Roraima ficou somente com o setor de alimentos e bebidas.

Chagas explicou que junto a metodologia do Sistema Toyota de Produção (STP), foram criados mecanismos e ferramentas, em que o próprio operário do chão de fábrica consegue identificar e reduzir o desperdício.

“Para beber água você se desloca muito dentro da empresa, então o desperdício de movimentação implica em tempo de produtividade. São pequenas modificações que repercutem”, disse.

Em uma das empresas que estão trabalhando, a proposta é reduzir a movimentação de 280 metros para 20 metros apenas com organização de layout. Marcelo Chagas relatou que muitas vezes a empresa não consegue se organizar à medida que vai crescendo. “Chegamos com a filosofia de reduzir o desperdício de movimentação ou até de intelecto, uma vez que os funcionários têm ideias que podem fazer a diferença, mas não são ouvidos”, pontuou.

O projeto preconiza 120 horas de atendimento durante três meses. Em Roraima, a meta é atender 20 empresas. Se a meta não for atingida, a diferença é fornecida a outro Estado. Com o custo de R$ 18 mil, sendo R$ 15 mil pagos pelos parceiros, a empresa só paga R$ 3 mil com a condição de conseguir o ganho de produtividade de 20%. “Só é vantagem, porque se eles atingem o percentual, sobra dinheiro para pagar a consultoria. E é pro resto da vida”, ressaltou Chagas.

Segundo a administradora de uma das empresas participantes do programa, Janieire Mendes, a fábrica estava precisando de um projeto para organizar o processo produtivo, por achar que os funcionários tinham problemas de se organizarem, e a fim de facilitar a produção.

Para ela, o programa veio ao encontro com a necessidade da empresa e foi proveitoso. Foi organizada uma competição entre os servidores, que aprenderam a se organizar melhor e, de forma mais integrada, estão expondo mais o que acham certo e errado. “A produção foi além das expectativas. Agora só falta a finalização, mas até o momento já ultrapassamos os 20% que o projeto implica”, ressaltou.

PRÉ-REQUISITOS – Tem prioridade as empresas industriais que em sua inscrição do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) tenham a caracterização do Cadastro Nacional de Atividade Econômica (CNAE) de alimentos e bebidas como atividade principal ou secundária. Além disso, a empresa deve ter, pelo menos, 11 funcionários na linha de produção. “A metodologia da consultoria exige que em determinado momento seja montada uma equipe com os servidores, então eles terão que sair da linha de produção para a capacitação. Se ela tiver menos, a empresa terá que parar a produção”, explicou Tiago Holanda, que também é responsável pelo programa.

INSCRIÇÕES – Como a meta de atendimento é de 20 empresas, as que tiverem interesse devem se inscrever o quanto antes. A consultoria pode atender empresas de outros setores. Porém, o custo para a empresa aumenta.

Para tanto, basta acessar o site www.brasilmaisprodutivo.gov.br e fazer um cadastro com informações básicas, detalhando o setor e a localidade de atuação, além do número de funcionários. A inscrição também pode ser feita presencialmente no Senai, localizado na avenida dos Imigrantes, 399, Bairro Asa Branca, zona Oeste.

PROGRAMA – O Brasil Mais Produtivo é um programa do Governo Federal, desenvolvido por meio do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em parceria com a CNI e o Senai. O programa oferece um subsídio em torno de 83% para as indústrias que aderirem ao programa e consiste na implantação de rápidas intervenções no processo produtivo através de uma análise detalhada dos desperdícios ocorridos na produção.

A iniciativa é uma realização do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), Senai, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX) e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com a parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (A.G.G)

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