Cotidiano

Escolas estaduais que adotaram Ensino militar registram melhora

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Implantado em Roraima no ano letivo de 2016, o Ensino Básico Militar (EBM) tem reduzido a evasão e aumentado a disciplina entre os alunos das duas escolas estaduais em que é utilizado: Elza Breves de Carvalho, no Conjunto Cidadão, bairro Senador Hélio Campos e Luiz Rittler Brito de Lucena, no bairro Nova Cidade, ambas na zona Oeste. Além delas, já existe o Colégio Militar Estadual Coronel PM Derly Luiz Vieira Borges, no bairro Canarinho, zona Leste.

A diretora do Departamento de Educação Básica da Secretaria de Educação (Seed), Lucimar Sales, disse que como ainda não foram realizados os testes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ainda não é possível saber o impacto da militarização das escolas nas notas.

Mas atualmente estudam 1.400 alunos na Escola Estadual Elza Breves, e 580 no Colégio Militar Coronel Derly. Em 2015, o número de alunos na Escola Estadual Luiz Rittler era de 1.300, com grande desistência devido às ocorrências policiais frequentes e à indisciplina. Neste ano, subiu para 2.150 alunos, sendo que há pedidos de transferência até mesmo de jovens da rede privada do Centro da cidade, que entram em lista de espera porque a escola já está lotada. “Se as pessoas querem ir para lá, é porque a escola não está ruim”, comemora.

A diretora elenca algumas das razões para este sucesso. A primeira delas é que no modelo militar o aluno toma para si a responsabilidade de sua educação. As aulas começam às 7h30, mas desde as 7h os adolescentes e crianças já devem estar nas unidades para cantarem o Hino Nacional e hastearem a bandeira. Eles também assistem a palestras sobre ética, respeito aos pais e demais orientações de formação cidadã. Dentro das escolas também é incentivada a obtenção de boas notas, premiadas bimestralmente com distintivos no uniforme e participação nas reuniões do colégio na qualidade de representante de turma.

O resultado é que na Escola Luiz Rittler, no primeiro bimestre, apenas 25 alunos em todo o prédio haviam tido média 8. No segundo bimestre, a quantidade subiu para 57 jovens. “À medida que os estudantes viram os outros se destacando, quiseram ganhar também. As aulas também ficaram com mais disciplina, o professor chega e não precisa mais acalmar a turma nem mandar ninguém se sentar. Eles já estão arrumados”, diz Lucimar Sales.

Agora, a meta do Governo do Estado é estender o modelo para outras seis escolas em Boa Vista até o fim de 2017. Lucimar Sales informa que está sendo analisada a viabilidade de implantação do sistema no interior do Estado. “Ampliar para todas as escolas não é possível, mas gradativamente vamos fazer com que em cada município haja pelo menos um colégio militarizado”, afirma.

DIFERENÇA – As escolas estaduais Luiz Rittler e Elza Breves são militarizadas, ou seja, pertencem à SEED, que cuida da parte pedagógica. A Polícia Militar entra com as partes disciplinar e administrativa, em parceria com o Estado. Os militares que atuam nas escolas são de reserva. Já o Colégio Militar Coronel Derly é uma escola militar, criada pela PM em parceria com a SEED. O Colégio é integrado à Academia de Polícia e conseguiu a melhor nota do Ideb em 2015 na rede estadual de Roraima, 7, superando a média nacional, 5,5. A nota igualou o Colégio ao de escolas militares de Goiás e Minas Gerais, que também são estaduais.

MÉTODO – Inspirado em modelos já adotados em Estados como o Amazonas, Pará e Minas Gerais, o Ensino Básico Militar (EBM) chegou em Roraima como alternativa para conter a grande indisciplina e violência dentro das duas escolas, que ficam em lugares considerados de risco. Na época em que o sistema chegou em Roraima, a Escola Elza Breves tinha a menor nota média para o ensino fundamental do Estado, 3,1, segundo o Ideb. A Escola Luiz Rittler sofria com a venda e consumo de entorpecentes pelos alunos, uso de armas brancas e brigas entre estudantes. (NW)

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