A oferta irregular de merenda escolar aos alunos do ensino fundamental das escolas estaduais localizadas na capital e no município de Cantá, no Centro-Leste do Estado, motivou o Ministério Público de Roraima (MPRR) a protocolar ação civil pública contra o Estado para regularização do fornecimento de alimentos.
O órgão tomou conhecimento do caso após denúncias relatando a oferta irregular de merenda, inclusive com a informação de que o fornecimento estava sendo complementado pelas próprias escolas com dinheiro de aluguel das cantinas.
Diante dos relatos, a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos à Educação instaurou procedimento extrajudicial para investigar o caso. Após inspeção no Departamento de Apoio ao Educando (DAE), o MPRR constatou que no local havia apenas alguns alimentos, caracterizando o descumprimento do cardápio programado.
Em virtude das irregularidades, em maio, o MPRR recomendou ao Estado, o fornecimento regular de gêneros alimentícios necessários ao cumprimento do cardápio, até que o processo licitatório do ano corrente viesse a ser concluído. No entanto, a recomendação não foi acolhida, o que motivou o ajuizamento da ação.
Considerando que “o Estado de Roraima não disponibiliza com regularidade merenda escolar aos seus alunos e, quando o faz, descumpre o cardápio programado, obrigando seus alunos a consumirem alimentos que fogem aos padrões ideais conferidos pelos nutricionistas, outra alternativa não resta a não ser a busca do auxílio do Poder Judiciário para solução desse grave e delicado problema”, relata um dos trechos da ação.
Para promotora de justiça de Defesa da Educação, Érika Michetti, a falha é grave, uma vez que a alimentação escolar adequada aos alunos é indispensável, sobretudo para o bom desempenho escolar e bons hábitos alimentares.
“O acesso ao ensino de qualidade é um direito do cidadão. E a oferta de alimentação adequada é primordial no combate a repetência escolar, pois é de conhecimento que crianças e adolescentes com problemas de alimentação, têm afetada a capacidade de aprendizagem”, pontua a promotora.
A ação foi protocolada na última quinta-feira, 23, no Juizado da Infância e Juventude. Caso o pedido do MPRR seja acolhido pela Justiça, o Estado será obrigado a fornecer, imediatamente e de forma regular, a merenda para todos os alunos do ensino fundamental da rede estadual de ensino, sob pena de multa diária por escola, entre outros.
Com informações do Ministério Público de Roraima.