Jessé Souza

Dos golpes ao abandono 6009

Dos golpes ao abandono 6009 Dos golpes ao abandono 6009 Dos golpes ao abandono 6009 Dos golpes ao abandono 6009

Dos golpes ao abandono A Serra dó Tepequém é o ponto turístico mais conhecido e visitado de Roraima, principalmente por turistas amazonenses que, ao primeiro feriado, vêm para cá a fim de aproveitar as belezas naturais do local e o clima serrano característico daquela região. Porém, é um local esquecido pelo poder público que não consegue adotar uma política efetiva para fomentar o turismo, nem mesmo garantindo estrutura para que os empreendedores da localidade respirarem um pouco.A buraqueira na estrada de acesso, a RR-203, é apenas uma face desse descaso, que acaba largando ao abandono toda uma população que vem sendo alvo de seguidos golpes institucionais ao longo dos tempos pós-garimpo de diamante. Só para refrescar a memória, já houve a promessa da pedra-sabão, a enganação da criação de peixe, o golpe do morango (quem terá ficado com a grana?!) e, mais recentemente, a falácia do projeto de construção de obras estruturantes.De verdade mesmo, foi construída uma ponte de madeira no acesso à Cachoeira do Paiva, cuja placa de inauguração para enaltecer o governo deve ter custado mais caro que a estrutura da ponte. Ah! E a instalação de placas nos pontos turísticos que não resistem à força do vento no Platô, um dos pontos mais visitados pelos amantes do turismo radical.Para golpear ainda mais aquela população e os empreendedores que comem o pão que o diabo amassou, chegou o órgão Serviços da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que “congelou” tudo por lá, proibindo moradores e donos de pousadas a fazerem qualquer obra, nem que seja uma simples reforma do que já está construído e estabelecido. É um duro golpe em quem investe ali, como se todos por lá passassem à condição de invasores ou intrusos querendo dilapidar bens que a União sequer um dia ligou para investir em favor da comunidade largada a Deus-dará.Além do abandono histórico e o desleixo governamental, agora as pessoas que ali moram ou têm seus negócios vivem aterrorizadas por quem deveria ajudá-los, encontrando consensos, e não passando a fita do congelamento, enquanto se discute a quem pertencem aquelas terras, se ao Estado ou à União, não bastasse o tempo que parou quando se fala em investimento do poder público para estruturar e organizar o turismo.Em Roraima, é assim: há muitos donos para se declarar autoridade, mas ninguém para levar políticas públicas e apoio. Enquanto isso, o turista que gera emprego e renda sofre até para chegar por meio das vias esburacadas, enquanto a população e os pequenos empreendedores ficam sitiados dentro de suas propriedades. O Tepequém precisa de ajuda, e não de imposições governamentais autoritárias.

*[email protected]: www.roraimadefato.com,br

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.