Opinião

Opiniao 18 12 2017 5351

Roraima pode ser um modelo para o mundo – Camila Lissa Asano*

A cada minuto, 20 pessoas são forçadas a abandonar seus lares – até mesmo seu país natal – por conta de conflitos ou perseguição. Esse dado da ONU ilustra um dos piores dramas vividos na atualidade.

O Dia Internacional do Migrante, celebrado em 18 de dezembro, convida-nos a uma reflexão sobre o papel de cada um de nós diante da pior crise de pessoas deslocadas forçosamente desde a II Guerra Mundial. Como ignorar o sofrimento de mais de 65 milhões de pessoas que padecem dessa condição?

Diversos países, como os da Europa, têm adotado políticas e leis que fecham as portas às famílias que ali buscam abrigo e proteção. Ao fazerem isso, ignoram o próprio passado.

A imigração faz parte da história do Brasil. Ao folhear nosso álbum de família, dificilmente não encontraremos raízes em outros países. Uma visita rápida nas redes sociais e logo surgem fotos de parentes e amigos que partiram e vivem no exterior.

Roraima tem vivenciado o novo capítulo na história da imigração em nosso país. A vizinha Venezuela enfrenta severa crise política, social e econômica. Milhares de famílias se viram obrigadas a deixar seu país devido ao desabastecimento de alimentos e medicamentos combinado com a intensificação da violência. A própria chancelaria brasileira a caracteriza como uma situação humanitária em notas oficiais divulgadas em sua página na internet.

Estima-se que milhares de venezuelanos já deixaram seu país. No estado de Roraima, por volta de 21 mil pedidos de refúgio foram protocolados. Cidades como Boa Vista e Pacaraima se veem diante de uma nova realidade com a maior presença de migrantes e refugiados.

Muitos dão ênfase à existência de algumas vozes na sociedade que disseminam discursos de ódio e xenofobia. Nesse Dia Internacional dos Migrantes, opto por celebrar as inúmeras iniciativas de acolhida que têm surgido entre roraimenses. Seja nas igrejas, universidades, no meio artístico ou em grupos de amigos, a solidariedade mostra sua força.

Roraima tem condições de se tornar um modelo para o mundo. Soma-se às iniciativas espontâneas da população local o trabalho dedicado de ONGs e organismos internacionais presentes no terreno. Ainda, a aprovação da nova Lei de Migração conferiu ao Brasil um dos mais avançados e adequados marcos normativos na temática.

Há um esforço em se consolidar um sistema de acolhida humanitária no estado. Entretanto, uma melhor e maior coordenação e empenho por parte do poder público municipal, estadual e federal se mostre necessária. As condições estão dadas. Dará Roraima um exemplo ao mundo?

*Coordenadora de Programas da ONG Conectas

O fatiamento social pela visão externa – Tom Zé Albuquerque*

Quem anda pelas ruas de Boa Vista vê nitidamente o caos provocado pela política pseudossocialista do governo venezuelano, para qual forçou a imigração de uma multidão de venezuelanos. Eles são muitos, e indifere se são homens, mulheres, crianças, jovens, idosos, semianalfabetos ou intelectuais.

A situação do povo no país vizinho a Roraima é terrível. Trata-se de uma gente sem pátria, sem lar, sem perspectiva, e com fome de alimento e de viver. Difícil alguém não se comover com tamanho estorvo. Os bolivarianos ocupam especialmente os estados de Roraima, Amazonas e Rondônia. O povo brasileiro acertadamente se enternece, se prontifica em ajudar na estada desse sofrido povo. Contribuições vem de tudo quanto é lado, inclusive de estados do sudeste brasileiro. A comoção é generalizada.

Cabe-me, porém, frisar sobre a situação do povo brasileiro no que tange à necessidade de ajuda, incluindo lar e alimento. O Brasil encerrou o ano de 2016 com 24,8 milhões de brasileiros vivendo com renda inferior a ¼ do salário mínimo por mês, o equivalente a R$ 220,00. Isso significa que 12,1% da população do país vive na miséria, conforme aponta a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada no último dia 15 de dezembro do ano corrente, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O maior número de pessoas em extrema pobreza, como era de se esperar, se concentra na Região Nordeste, e o IBGE constatou que, em 2016, 64,9% do total da população brasileira possuía ao menos uma característica que o colocava no que o IBGE classifica como “pobreza multidimensional”.

Nada obstante aos dados acima, é sabido que uma relativa parcela do povo brasileiro não consegue se alimentar todos os dias, e milhões sequer tem um teto para morar. Para ilustrar, o nordeste brasileiro agoniza com a seca que se arrasta há anos, tirando da vida dos nordestinos o direito à água, ao seu alimento cotidiano, à perspectiva de vida. Para piorar, sua cultura, suas raízes e sua história são massacradas quando o povo daquela contrastante região se afugenta para tentar a sobrevivência nas grandes cidades, muitas vezes como mendigos, pedintes e vitimados das mais diversas explorações, tal qual acontece com os venezuelanos hoje em dia.

A vinda do sofrido povo do país chavista ao país da Anita tem agigantado o já caótico quadro instalado na desumana saúde pública, na educação precária, na falta de segurança, na ausência de infraestrutura, geralmente decorrentes de desvios de recursos públicos pela corrupção institucionalizada.

Ajudar à sobrevivência dos venezuelanos é uma questão de humanidade, mas quero crer que esse sentimento altruísta dos brasileiros não seja algo efêmero, eivado de carência de holofotes ou reparo dum peso de consciência e que num futuro os brasileiros também tenham suas garantias constitucionais preservadas. *Administrador

QUEBRANDO A BANCA! – Ranior Almeida Viana*

No penúltimo domingo (10/12/17) houve o evento do esporte que mais cresce no mundo que é o MMA (Artes Marciais Mistas), que se chama Rei da Selva Combat: 11º Edição Monte Roraima, a primeira realizada fora do estado do Amazonas.

Hoje o MMA pode ser considerado um esporte de contato devido ao desenvolvimento de suas regras e adaptações feitas ao longo dos últimos anos, tanto que depois de várias mudanças conseguiram legalizar o esporte em praticamente todos os estados norte-americanos. O último foi o estado de Nova Iorque em 2016.

Não é mais aquele show de selvageria e pancadaria do vale tudo que já foi um dia. Assim como todo esporte de contato o risco de lesão é altíssimo, mas há um mecanismo fundamental que preserva a integridade do atleta chamado “nocaute técnico”, ocorre quando o lutador está em situação vulnerável, o árbitro interfere e acaba a luta.

Com relação ao evento Rei da Selva Combat, a organização deixou a desejar no quesito da pontualidade, nos ingressos começaria 18h, e às 19h nem se quer os atletas (lutadores) estavam nas dependências do ginásio Hélio Campos realizando sua preparação e a torcida impaciente numa grande fila para entrar. Poderiam ter dado a oportunidade aos vencedores de se pronunciarem, apenas alguns dos atletas vencedores puderam utilizar o microfone do evento para se manifestar.

Teve muita coisa boa também! Por exemplo, a encarada promovendo o evento no sábado aberto ao público, como a estrutura de primeira do Cage (Ring) bem seguro. Dessa forma a organização manauara pode trazer mais vezes que o público vai comparecer!

Por fim, destaco o desempenho do Gabriel Fernando de 20 anos que superou por pontos o experiente e Ex-Campeão do Jungle fight Rayner Silva, tem muito talento esse menino. Outro destaque é do meu vizinho que é uma semana mais novo que eu (28 anos), praticamente um irmão que é o Raul (Modelo), já tinha ido ver duas lutas dele e foram dois reveses. Fui para esta última, meio incrédulo de sua vitória, entretanto confiante que o imponderável poderia acontecer e a primeira vitória dele aconteceu! Simplesmente ele quebrou a banca e fez uma excelente performance e conquistou sua primeira vitória através de nocaute técnico em seu adversário! Os amigos e torcedores que estavam ali foram ao delírio, vê-lo com a mão levantada pelo árbitro, junto com sua filha Aline, foi demais! Que cena inesquecível! Parabéns, Raul!

*Licenciado em Sociologia – UERR e Bacharel em Ciências Sociais – [email protected]

Saia de onde está – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O homem é um sucesso se ele acorda de manhã e vai para a cama à noite e entre as duas coisas ele faz o que gosta de fazer”. (Bob Dylan)

Como você classifica um medíocre? Veja bem, o termo “medíocre” tem conotação pejorativa. E as pessoas menos avisadas têm pavor deste termo. Mas ele apenas distingue o homem de sucesso, do fracassado. Logo, quando eu usar esse termo, por aqui, não fique chocado. Estarei me referindo apenas a pessoas malsucedidas.

Tempo desses li uma definição meio contundente. Mas, no decorrer do tempo, ela foi se tornando menos agressiva. É mais ou menos assim: “O homem de vida medíocre é aquele que nasce, cresce, casa-se, tem filhos, os filhos crescem e vão embora, e ele entra em depressão. Envelhece e morre. São os que passam pela vida e não vivem.”

Tais pessoas vivem a vida toda fazendo sempre as mesmas coisas. Acostumam-se ao cotidiano e não sentem, nem veem, o tempo passar. A velhice chega e com ela o conformismo. Nunca descobriram que quem continua fazendo sempre as mesmas coisas continuará obtendo os mesmos resultados. Saia desse círculo de elefante de circo. Se você quiser que as coisas mudem, mude você primeiro. Aproveite o ano que ainda está vindo e renove sua vida. Analise, reveja e reestruture suas ações. Saia da mesmice, do cotidiano, do marasmo. O Universo é rico, feito para todos ganharem. Onde todos têm o direito de fazer o que gostam de fazer para gostar do que fazem. E só é feliz com o que fez quem gosta do que faz. Valorize-se fazendo o melhor no que faz, para ser sempre feliz.

Quando estiver executando uma tarefa de que não gosta, torne-a efêmera. Mas faça-a como ela deve ser feita. A felicidade não tem preço. Machado de Assis disse: “Dinheiro só não traz felicidade para aquele que não sabe fazer bom uso dele”. Dinheiro não compra a felicidade; mas a propicia, quando é bem usado.

Talvez você viva na pobreza e seja uma pessoa rica, sem saber que é. Já pensou nisso? E essa riqueza pode muito bem estar, e certamente está, aí dentro de você, esperando que você desperte pra ela. As pessoas se acomodam na pobreza porque não sabem que podem ser ricas. Quando você duvida disso duvida de sua capacidade. Ou está satisfeito na condição de pobre. Aí eu lhe pergunto com toda sinceridade: quem lhe disse que Deus quer que você seja pobre? Ele quer é que você saia dessa, pondo as oportunidades no seu caminho e você não está nem aí.

Você vai ser rico no momento em que entender que o dinheiro é apenas um suplemento da riqueza. Fique rico primeiro e o dinheiro virá depois. Não é sua posição social que faz de você um rico. Pense nisso.

*[email protected]