Política

Telmário diz que as chances de Dilma voltar à presidência são baixas

De acordo com o senador, que votou contra o afastamento, resultado do pedido de impeachment já foi negociado

O senador, e presidente do Partido Democrático Trabalhista em Roraima (PDT-RR), Telmário Mota, participou do programa Agenda da Semana, na Rádio Folha 1020 AM, no domingo, 24, e tratou sobre diversos assuntos referentes ao cenário político nacional e regional, em especial ao processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT).

Para Telmário, que faz parte da composição da Comissão do Impeachment no Senado, as chances de retorno da presidente são remotas não por considerar que Dilma é incapaz de administrar a política nacional, mas por acreditar que o resultado da votação já foi previamente estabelecido.

“As chances são muito remotas. Não porque a presidente Dilma não poderia voltar e reconduzir a economia do País. Eu acho que está negociado. E assim, na hora que o Temer [o presidente interino Michel Temer, do PMDB] se firmar, você vai ver o Governo Federal começar a fazer as medidas que vão atingir a classe média e a classe pobre do País”, disse.

Conforme Telmário, uma alternativa para tentar reverter a situação seria uma conversa aberta da presidente afastada com o eleitorado. “Se ela [Dilma] convocasse a nação brasileira e fizesse esse esclarecimento, seria uma alternativa. Agora, a popularidade dela e do Temer ainda estão semelhantes e a credibilidade dele ainda está baixa, o povo ainda não está acreditando”, afirmou.

No entanto, o senador reforçou que a melhor alterativa seria a convocação de novas eleições e a aplicação urgente de uma mudança, não do sistema político, mas da forma como é executada a política no País. “O melhor caminho, sem nenhuma dúvida, é que tivéssemos uma eleição, uma reforma política, aí, sim, teríamos condições de governar”, falou Telmário. “O sistema que nós temos é até bom, mas ele tem vícios e práticas erradas. O político é eleito e quer exercer outra função. Temos um monte de partidos que causam um desequilíbrio muito grande porque cada um quer o seu espaço. É preciso a gente começar a modificar”, avaliou.

O senador também comentou sobre a sua experiência na vida política e que, ao seu ver, os eleitos não estão pensando no que é melhor para o povo, e na melhor forma de beneficiar-se. “São poucos os políticos que realmente estão preocupados com a população, com políticas públicas. Eu vejo que os interesses pessoais e os interesses de grupos são maiores que os da grande massa brasileira e fico frustrado porque as decisões do Senado, da Câmara, do Legislativo, são em colegiado. Não são individuais”, afirmou.

CENÁRIO REGIONAL – Já quanto ao sistema político regional, o presidente do PDT reafirmou a pré-candidatura do estudante de Direito Jeferson Alves, uma das primeiras a serem anunciadas. Disse que atualmente o partido está trabalhando com as parcerias e coligações políticas em Boa Vista e nos demais municípios. “O PDT há muito tempo vem trabalhando com pessoas envolvidas em políticas públicas. Não estamos querendo quantidade, mas qualidade comprometida com a linha partidária”, finalizou o senador. (P.C)