Política

Progressistas tentam acabar com divergências internas

Partidários da governadora Suely Campos negociam apoio de pelo menos nove siglas

Os progressistas deram outro importante passo na consolidação de alianças majoritárias e proporcionais que darão sustentação ao palanque da governadora Suely Campos nas eleições deste ano.

O apoio de sete partidos e a negociação com outros dois partidos estão sendo finalizados e pode fazer com que o Progressistas (PP) não apenas consiga se manter no Governo de Roraima, como também eleja mais quatro deputados federais e estaduais.

Na negociação de alianças partidárias com os Progressistas na eleição proporcional estão o Partido Republicano Brasileiro (PRB), do deputado estadual Mecias de Jesus; o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), do deputado estadual Coronel Chagas; o Partido Democrático Trabalhista (PDT), da senadora Ângela Portela; o Partido Socialista Brasileiro (PSB), do ex-prefeito de Boa Vista, Iradilson Sampaio; o Podemos, da deputada Aurelina Medeiros; o Patriota, do Delegado Francisco; o Avante, do deputado Jânio Xingu; o Partido dos Trabalhadores (PT), comandado pelo deputado estadual Evangelista Siqueira; e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), dos deputados Soldado Sampaio e Oleno Matos.

A informação foi repassada pelo deputado estadual Brito Bezerra, presidente municipal do PP, que afirmou que o momento atual é de busca de união e fortalecimento. Ele chegou a anunciar sua filiação ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), por falta de compatibilidade por conta das coligações partidárias, mas está em negociação pela permanência no partido e não deve usar a janela partidária, em que os políticos podem fazer as mudanças de partido sem o prejuízo do mandato.

Brito, que é pré-candidato à reeleição para deputado estadual, informou que havia conversado com outros partidos, mas que pretende se manter no PP. O deputado contou que está fazendo um trabalho interno grande para unir o partido e encerrar as disputas. “Conversei muito, tanto com a governadora Suely Campos como com o deputado Hiran Gonçalves e estamos trabalhando pela união com demais presidentes de partidos como o PCdoB liderado pelos deputados Sampaio e Oleno, além de Evangelista, do PT, e o ex-governador Flamarion Portela, que representa a senadora Ângela. Estamos discutindo essa possibilidade de eu permanecer no PP para que o partido esteja e continue unido. Em relação à proporcional, os partidos de base ainda estão conversando e o fechamento das coligações será apenas na convenção em agosto”, frisou.

O presidente municipal do Progressistas informou ainda que tem convidado vários parlamentares para integrarem as fileiras do PP e citou como exemplo a deputada Ângela Águida Portella e o ex-deputado Chicão da Silveira. “Essa semana é decisiva, mas ainda estamos em negociação. Estamos trabalhando fortemente nessa questão de fortalecimento do PP”, disse.

LIDERANÇA – Sobre sua saída da liderança do Governo, o parlamentar informou que não está de forma oficial na liderança desde o início de janeiro, pois para que o líder seja reconhecido é preciso que a governadora Suely Campos envie ofício informando no início de cada ano legislativo quem é seu líder na Casa Legislativa. “Está sem líder, pois ainda não foi informado quem será. Estamos aguardando que enviem o documento deste pleito, mas essa não é uma preocupação prioritária”, afirmou.

“Estamos chegando a um consenso e
teremos surpresas”, diz presidente do PP

O presidente regional do Progressistas em Roraima, deputado federal Hiran Gonçalves, confirmou que as negociações dentro do partido estão avançando graças ao trabalho de base de Brito Bezerra. Enquanto Suely Campos já tem os partidos de sua base para as duas eleições majoritárias – Governo Estadual e Senado Federal – praticamente definidos, o presidente do partido vai definir as coligações na esfera proporcional, à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa.

“Temos conversado com sete a nove partidos, mas não tem nada confirmado, pois tudo ainda é muito precoce e eu acho que ainda podem ter mudanças. Nas eleições majoritárias eu ainda tenho dúvida de quem sai candidato a senador e quem não sai, pois tenho feito e visto pesquisas de avaliação e eu tenho a impressão que tem gente que diz que será candidato a Senado e não será. Isso mexe com as coligações”, comentou.

Sobre a definição das coligações na esfera proporcional, Gonçalves explicou que estão se fortalecendo as negociações com partidos da base governista. “Estamos conversando com Jhonathan [de Jesus, do PRB], Oleno [Matos, do PCdoB], Paulo Linhares [PRTB], e mais outros candidatos a deputado federal e enfim é assim que está se tentando construir. Uma coligação para deputados estaduais e deputados federais, com expectativa de eleger três ou quatro, dependendo do voto de legenda e das sobras, além do voto do eleitor”, citou.

Hiran disse que coligações não serão definidas agora. “Muitas candidaturas que estavam muito bem colocadas se perderam na reta final de outras campanhas e não queremos isso. Temos candidatos bons, com experiência política e vamos trabalhar juntos. Pretendemos conversar até o final de julho e somente depois disso definirmos as nossas coligações, as nossas parcerias, e isso envolve muito trabalho a ser feito, avaliando o que é melhor para cada um. Estamos chegando a um consenso e vamos tentar até o último momento construir um número maior de candidaturas. Teremos surpresas, mas não agora”, disse.

Em relação aos rumos eleitorais do partido nas eleições de 2018, Hiran afirmou que o grupo está se fortalecendo para a campanha. “Eu cumpri a palavra e a governadora é a pré-candidata do PP”, reforçou o parlamentar, que é pré-candidato à reeleição.

Quando questionado se apoiaria a governadora Suely Campos no palanque, Hiran Gonçalves, que chegou a tirar uma foto ao lado do ex-governador Anchieta Júnior, possível candidato ao governo e adversário da governadora progressista, se esquivou. “Vamos tentar construir isso, vamos ver. Tenho políticos que são amigos, mas procuro não misturar amizades com política. Vamos ver como é que as coisas vão se acomodando”, concluiu.