Política

Justiça condena ex-vereador a mais de 100 anos de prisão

O juiz titular da Comarca de São Luiz, Pedro Machado Gueiros, sentenciou o ex-vereador e ex-conselheiro tutelar, Gilmar Moreira Santos, mais conhecido como ‘Bozo’, a 107 anos de reclusão pelos crimes de estupro. A sentença foi dada pelo magistrado em fevereiro deste ano e ainda cabe recurso. 

A condenação ocorre a partir de denúncia apresentada pelo promotor de Justiça substituto da Comarca de São Luiz à época, Joaquim Eduardo dos Santos.

Conforme informações repassadas pelo Ministério Público Estadual, Gilmar foi sentenciado pelos crimes de estupro contra as duas enteadas. A mãe das vítimas, Mary Cely da Silva, também foi condenada a 67 anos e oito meses de reclusão pelo crime de estupro, uma vez que tinha conhecimento dos abusos praticados pelo companheiro. 

Segundo a denúncia oferecida em fevereiro de 2019, o primeiro crime – estupro de vulnerável – ocorreu quando a vítima tinha 11 anos de idade. De acordo com depoimento da vítima, os abusos se intensificaram a partir dos 14 anos de idade.

A irmã mais velha detalhou ainda que muitas vezes se submetia aos abusos para proteger a irmã mais nova, pois a adolescente também era forçada a manter relações sexuais com o padrasto. As duas vítimas relataram que os abusos passaram a ser diários e violentos, todos com o conhecimento da mãe.

Segundo as investigações, ao ter conhecimento que sua prisão havia sido decretada, no início de 2019, o ex-conselheiro tutelar fugiu do Estado. No entanto, foi preso em abril do mesmo ano pela polícia, em Rondônia, onde continua preso. Sua ex-companheira, Mary Cely da Silva, foi presa em fevereiro de 2019 e permanece presa na Cadeia Pública Feminina de Boa Vista.

Promotor diz que crimes contra vulneráveis são comuns na região

O atual promotor de Justiça substituto da Comarca, Felipe Hellu Macedo, afirma que a condenação do casal é exemplar, apesar de não impedir as graves sequelas deixadas nas jovens, além de ressaltar que a frequência deste tipo de ação tem sido uma constante no município.

“Essa região vive um triste cenário em que parece comum a prática de crimes contra vulneráveis. Nesse sentido, essa decisão vem em boa hora, demonstra que estamos atentos e atuaremos firmes no combate a essa espécie de criminalidade mais baixa, que retira das vítimas a sua infância e traz consequências para o resto de suas vidas”, destaca Macedo.