
Empresários e produtores rurais de Roraima colocaram dezenas de carros na estrada, nesta sexta-feira (13), para iniciar a marcha pró-anistia aos condenados e acusados de participar da suposta tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
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O movimento, que se define como pacífico e apartidário, busca pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a reaver “injustiças” nas decisões do caso. Um dos principais beneficiários do perdão seria o ex-presidente e réu Jair Bolsonaro, pré-candidato à presidência em 2026.
A carreata partiu às 6h de Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela. O ato deve terminar nesse sábado (14), em Iranduba, na região metropolitana de Manaus.
Ainda pela manhã, o comboio chegou à Praça do Centro Cívico, em Boa Vista. De um palco, manifestantes realizaram discursos diante de dezenas de pessoas sob um calor escaldante – 29 graus celsius com sensação térmica de 33.
O presidente da ADBrasil, pastor Isamar Ramalho e pré-candidatos às eleições de 2026 tiveram direito à fala – a exemplo do ex-candidato à presidência Padre Kelmon (que deve disputar o cargo de deputado federal por São Paulo) e do empresário pró-garimpo Rodrigo Cataratas (possível candidato ao Senado por Roraima).
Caráter humanitário e missa de Padre Kelmon
O produtor rural Eugenio Thomé, um dos apoiadores do movimento, defendeu o caráter humanitário da marcha.
“Não acreditamos que tantas pessoas foram injustiçadas e merecem essas penas. Nosso movimento é humanitário, não partidário. A nossa bandeira é a paz, a anistia e a liberdade”, declarou.
Segundo ele, o trajeto incluirá paradas em várias cidades, como Mucajaí, Iracema, Caracaraí e Rorainópolis, com distribuição de adesivos e até churrasco gratuito.
Em Iranduba, o ato promete reunir apoiadores para uma missa de Padre Kelmon e o tradicional “costelão”.
“Hoje, nós estamos plantando essa semente, nesta marcha da liberdade […]. O grande símbolo dessa marcha é Jesus Cristo, que nos quer livre de todo mal”, destacou.
Kelmon enfatizou que o movimento não visa interesses eleitorais, mas a defesa de princípios.
“No passado, pediram anistia e eles cometeram crimes. Os de hoje não cometeram crime algum”, completou.
A mobilização, segundo os organizadores, seguirá ainda para outros estados a partir de 29 de junho, com novas marchas e atos públicos em defesa da anistia.
Vendedor de Santarém
De Santarém (PA), o autônomo Ademar Nascimento Miranda, de 50 anos, viajou 3 mil quilômetros para acompanhar o ato a partir de Pacaraima, a convite de um vereador da cidade.
A ideia dele é aproveitar para vender bandeiras do Brasil e de Israel, além de camisas da seleção brasileira. Os artigos variam de R$ 10 a R$ 150.
“Esperava vender mais diante da expectativa de um público maior. Daqui, eu vou pra Manaus e Iranduba, onde deve ter mais gente”, relatou.