Polícia

Criança de um ano e meio é agredida em abordagem policial

Um funcionário público de 47 anos procurou a reportagem da Folha na manhã dessa quinta-feira, 18, para informar que seu neto, de um ano e seis meses, foi agredido durante uma abordagem policial na Rua das Rosas, bairro Pricumã, fato que teria ocorrido segunda-feira, 15. A agressão teria sido motivada pelo fato de um jovem, que segurava a criança, e outros rapazes estarem numa boca de fumo.

No entanto, o avô da criança nega que seus filhos são usuários de entorpecentes, assim como também nega que o local seja um ponto de venda de drogas. 

“Meus filhos não são traficantes nem usuários. Mesmo que fossem usuários, a abordagem foi totalmente incorreta. O policial estava à paisana, de bermuda e mora na mesma rua que a gente. Penso que seja um daqueles que querem mostrar serviço, mas com total despreparo”, afirmou o denunciante.

O avô deu detalhes do momento da abordagem e disse que o policial abordou o pai da criança, que tem 20 anos, e passou a agredi-lo com tapas. Ele e outro PM chegaram a apontar a arma para o rapaz, sem preocupação com a criança que estava no colo do jovem, quando um dos tapas acertou a boca da criança deixando hematomas. 

A criança chorava muito enquanto os policiais agrediam o pai dela e o rapaz pediu que nenhuma arma fosse apontada para seu filho. Segundo o denunciante, o menino ficou doente. 

“Ele chegou a ameaçar meu filho, afirmando que se ele não sair do bairro, iria matá-lo e matar a criança. Eu levei meu neto para o exame de corpo de delito e o médico disse que isso não poderia acontecer. Eu já fui à Corregedoria, mas ninguém conseguiu localizar esses dois homens, principalmente o que acertou o tapa no meu neto. Isso não vai ficar assim”, enfatizou o avô.

O OUTRO LADO – A Polícia Militar informou, por meio de nota, que não compactua com qualquer forma de afastamento de direitos e reforça que sua missão é garantir a ordem pública e assegurar aos cidadãos seus direitos fundamentais.

Ressaltou ainda que não foi registrado na Corregedoria, até o momento, nenhum TDC (Termo de Declaração Civil) ou TDM (Termo de Declaração Militar) com denúncia sobre o referido fato, mas pode ocorrer de o cidadão procurar tutela na Seção de Justiça e Disciplina do CPC (Comando de Policiamento da Capital), ou do CPI (Comando de Policiamento do Interior), ou ainda em alguma delegacia. 

“Deste modo, a PM está à disposição para quaisquer orientação ou medidas administrativas, com a finalidade de resguardar o direito da criança”, concluiu. (J.B)