ATUALIZAÇÕES

Polícia Civil confirma envolvimento de empresário e capitão em morte de casal de agricultores

O primeiro laudo pericial das vozes foi apresentado durante a coletiva de imprensa

Coletiva de imprensa aconteceu nesta terça-feira (14), na sede da Delegacia-Geral, Cidade da Polícia Civil. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
Coletiva de imprensa aconteceu nesta terça-feira (14), na sede da Delegacia-Geral, Cidade da Polícia Civil. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

A Polícia Civil de Roraima confirmou, na tarde desta terça-feira (14), em coletiva de imprensa, o envolvimento do empresário, Caio de Medeiros Porto, de 32 anos, e o capitão da Polícia Militar, Helton John da Silva de Souza, 47, na morte do casal de agricultores Jânio Bonfim de Souza, 57, e Flávia Guillarducci, 50, no dia 23 de abril, na vicinal do Surrão, em Cantá. A atualização foi dada após análise de vozes com o áudio do dia do crime.

O primeiro laudo pericial das vozes e da cena do crime foi apresentado durante a coletiva. De acordo com o diretor de Criminalística, Estefânio Ribeiro, as vozes do áudio do dia do crime, noticiado pela primeira vez no dia 30 de abril, convergiram com as vozes de outros áudios adquiridos pela polícia.

“A partir do momento que fizemos o confronto dos padrões fonéticos e fonológicos, […] todos os parâmetros se mostraram convergentes para que o mesmo aparelho fonador pertencesse a pessoa que estava nesse áudio, supostamente, do local do crime no Surrão”, disse Ribeiro.

+ Justiça decreta prisão de empresário suspeito de envolvimento em morte de casal

O delegado da Delegacia-Geral de Homicídio, João Evangelista. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

O delegado titular da Delegacia-Geral de Homicídios, João Evangelista, informou que o áudio original ainda está em análise e haverá um segundo exame pericial sobre as vozes. Na ocasião, Evangelista ainda confirmou que Caio e Helton John foram à residência do casal.

A análise ainda está em andamento, não posso afirmar que realmente que foram os quatro [suspeitos] que foram antes [à residência], nem que não foram. O certo é, pelo menos dois, o policial militar e o Caio estiveram na cena. Isso é fato. [A voz de quem fala ‘eu estou armado mesmo’] em tese, é do Caio.

afirmou o delegado da DGH.

O capitão da PM Helton John foi preso na última sexta-feira (10) e ainda não foi ouvido. Já Caio segue procurado. A Polícia também pediu apoio para localizar o empresário.

Por meio de nota, o advogado do empresário Caio disse que o delegado João Evangelista está tentando jogar a população contra um investigado. “Trata-se de uma ação perigosa e irresponsável. Se acontecer algo com Caio de Medeiros a responsabilidade é da autoridade policial que tenta conduzir uma investigação criminal em clima emocional, não compatível com a relevância do cargo que exerce. Caio Medeiros é investigado. Não foi condenado. Não pode ser tratado como se fosse destituído de qualquer direito”, acrescentou.

Mais detalhes

O primeiro laudo pericial das vozes e da cena do crime foi apresentado durante a coletiva e entregue ao delegado João Evangelista. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

O delegado a frente das investigações também informou que, nas diligências, foram encontradas 36 munições do mesmo calibre que matou o casal. As munições também foram do mesmo calibre que as compradas pelo autônomo Johnny de Almeida Rodrigues um dia antes do crime.

Sobre a quantidade de atiradores, João Evangelista disse que “não é assertiva, mas há possibilidade de mais de um”.