Economia

Dia Nacional da Matemática: Mercado de trabalho e mitos da disciplina

FolhaBV procurou professores universitários para falar sobre o assunto

Comemorando o Dia Nacional da Matemática neste sábado, 6 de maio, a FolhaBV procurou professores universitários da disciplina para falar sobre mitos e ouvir sobre como está o mercado de trabalho para os formados no curso.

Em Roraima, o curso de Matemática é oferecido na Universidade Federal de Roraima (UFRR) e na Universidade Estadual de Roraima (UERR), mas por conta das dificuldades e incertezas, é um curso de baixa procura pela população.

Para quem é apaixonado por Matemática, como o professor da UERR, Josué Gomes sabe que nem sempre é fácil seguir na disciplina. As condições das escolas e os baixos salários de um professor, são alguns pontos citados por ele.

“Muita gente começa o curso achando que matemática é uma coisa, e descobre outra. Sobre a profissão em si, quando entram em sala de aula para fazer estágio é que se deparam com a realidade do professor e a dificuldade com a educação”, relatou ele.

Ele conta que a procura pelo curso já foi maior, como quando iniciou em 2006, que contava com seis turmas, sendo duas na capital e quatro nos interiores do Estado.

“Vários fatores influenciaram na diminuição da procura, não só do Bacharelado, mas também da Licenciatura, por conta da profissão mesmo. Então, a Matemática já tem esse estigma de que muita gente não gosta e aí juntando isso ao fato de muita gente não gostar também da profissão, têm tido uma queda muito grande no Brasil”, ressaltou ele.

Mas além de atuar como professor, o curso oferece a possibilidade de seguir para outras áreas através do conhecimento matemático como no desenvolvimento de materiais didáticos como livros ou apostilas. Também na área das finanças, no setor corporativo e até  no mercado financeiro.

Professor refuta 5 mitos sobre a disciplina

“A Matemática é uma disciplina que exige um pouco mais do aluno, pois lida o tempo todo com o raciocínio e a lógica, e até mesmo com a criatividade para a resolução de problemas. Embora envolva fórmulas e cálculos, é um grande erro achar que essa disciplina pode ser estudada e absorvida em forma de ‘decoreba’”, comenta Daniel Ferretto, criador de uma plataforma de estudos com foco na preparação para o Enem e vestibulares.

A Matemática é a disciplina mais complicada de todas

Esse é um mito comum que pode desencorajar muitas pessoas a estudarem a matéria, mas na verdade a Matemática é uma habilidade que pode ser aprendida e aprimorada com prática e persistência. “Como toda disciplina, a compreensão e interpretação vem através do esforço colocado na hora de absorver os conteúdos. Portanto, com a abordagem certa e a prática consistente, a Matemática não precisa ser um ‘bicho de sete cabeças’”, diz o professor.

A matemática não é criativa

Muitas pessoas acreditam que, por lidar com muitos números, a Matemática é uma disciplina “exata demais” e sem criatividade, mas essa é uma visão equivocada. “A Matemática pode, sim, ser considerada uma ciência criativa, pois através dela é possível encontrar soluções inovadoras e desenvolver novas teorias e conceitos’’, aponta Ferretto.

Só é possível aprender Matemática utilizando calculadora

Apesar de ser uma excelente ferramenta, muitas contas não são possíveis de se aprender somente por meio de uma calculadora, pois a Matemática envolve o raciocínio lógico. “É fundamental exercitar o cérebro para entender o cálculo que está sendo feito. Muitas vezes a calculadora não é necessária, e é utilizada apenas em casos que demandam agilidade”, avalia o docente.

Para aprender Matemática, é preciso saber somente as 4 operações

As quatro operações – adição, subtração, divisão e multiplicação- representam o mais básico da disciplina. “No decorrer dos estudos, o aluno precisa evoluir e aprender até o nível avançado para conseguir, por exemplo, prestar uma prova e ter resultados positivos”, exemplifica o professor.

Só se aprende Matemática “decorando” fórmulas

Para chegar ao resultado de uma conta, é necessário praticar exercícios, pois decorar uma fórmula não faz ninguém aprender. “É necessário compreender quais foram os erros e acertos, durante todo o processo da conta, desde o início até chegar ao resultado final”, finaliza Ferretto.