Cotidiano

Polícia Federal faz buscas na empresa Sanepav em Boa Vista

Em nota a empresa disse que não figura como investigada, tendo colaborado desde o início com os policiais e com a operação

A Polícia Federal fez buscas nesta quinta-feira (20), na empresa de limpeza urbana Sanepav, que presta serviços ao município de Boa Vista.

Imagens obtidas pela FolhaBV mostram um carro da PF estacionado em frente ao prédio da empresa, localizado no bairro Mecejana.

A reportagem entrou em contato com a Sanepav que se manifestou por meio da seguinte nota:

A empresa SANEPAV SANEAMENTO AMBIENTAL LTDA. vem a público esclarecer que na manhã desta quinta-feira, 20/10/2022, recebeu em seu escritório policiais federais que cumpriam mandado de busca e apreensão para instruir a Operação Gold Rush. Cumpre ressaltar que a empresa não figura como investigada, tendo colaborado desde o início com os policiais e com a operação, fornecendo informações e os documentos solicitados dos fornecedores que figuram como investigados.

A empresa esclarece, ainda, que não compactua com atos ilícitos e que todos os pagamentos realizados aos prestadores de serviços decorrem de regular contratação e execução dos serviços.

Operação Gold Rush – Na manhã desta quinta-feira, a PF deflagrou uma operação que investiga um grupo suspeito de ter movimentado, em 20 estados, mais de R$ 300 milhões provenientes do comércio de ouro ilegal. Dezoito mandados de busca e apreensão foram cumpridos no âmbito da Operação Gold Rush.

Segundo a PF, as investigações identificaram negócios regulares que teriam feito movimentações suspeitas, uma empresa de uma empresa que presta serviços de limpeza urbana, mas que teria depositado mais de R$ 3 milhões para o esquema.

A investigação iniciou após policiais federais analisarem Relatório de Inteligência Financeira de um dos suspeitos – preso por tráfico de drogas – e terem identificado uma joalheria de fachada em Roraima, que teria movimentado mais de R$ 200 milhões ao longo de cinco anos.

A empresa seria utilizada para receber valores relativos à venda de ouro ilegal por envolvidos de outros estados e seria operada através de um laranja do líder do esquema.

O ouro comercializado teria origem em garimpos ilegais de Roraima e no contrabando de minério que chegaria da Venezuela. No último caso, geralmente os suspeitos buscam simular uma origem lícita para o ouro como se o comprassem em pequenas quantidades de migrantes venezuelanos que chegam no Brasil em busca de melhores condições de vida.

Os principais crimes investigados são lavagem de dinheiro, contrabando, extração ilegal de recursos minerais e usurpação de bens da União. A soma das penas para estes delitos pode ultrapassar 20 anos de prisão, além de multa.

Matéria atualizada às 12h01