Cotidiano

Paciente fica mais de cinco horas a espera de atendimento médico

A situação ocorreu no fim da tarde da quarta-feira, 27, segundo informou a filha da mulher, que é moradora da Vila Traírão

A demora no atendimento de pacientes no Hospital Geral de Roraima (HGR), considerada a maior unidade hospitalar do Estado, tem sido frequente nos últimos meses. Ontem, 27, uma moradora da Vila Trairão, no município de Amajari, precisou esperar mais de cinco hora para ser atendida por um médico.

À FolhaWeb, a acompanhante da mulher, a estudante universitária Luciana Belo, informou que ambas chegaram ao hospital por volta das 17 horas. Diabética, ela se queixava de fortes dores de cabeça, nuca e peito, sendo submetida à triagem. Os exames iniciais apontaram que seu quadro clínico era estável, entretanto, as dores não paravam de aumentar.

“Fui e voltei umas duas vezes para a sala de triagem para informar que minha mãe ainda sentia dores. O rapaz que a atendeu foi até grosseiro, dizendo que tudo estava normal com ela e que nada poderia fazer”, disse.

Ainda segundo Luciana, devido à situação crítica de sua mãe, ela solicitou uma pulseira para que pudesse acompanhá-la nas salas de atendimento ao paciente, tendo o pedido negado por duas vezes. Temendo pelo pior, ela foi até uma farmácia que fica em frente ao hospital para compra um remédio, que acabou ajudando a amenizar a dor.

“Como eu vi que a situação só piorava, fui até a farmácia, comprei água ardente e dei para ela, que acabou melhorando um pouco. Nesse período, também fui até a direção para reclamar, só que a chefe de atendimento não estava naquele momento para me atender”, relatou.

A estudante complementou ainda informando que sua mãe só conseguiu ser atendida por um especialista às 21h15, ou seja, pouco mais de 5h depois de sua entrada na unidade.

“Ele olhou para ela, receitou dipirona e a liberou. Disse que se sentisse mal outra vez, que era para ir a um posto de saúde e que caso fosse necessário fazer um exame, poderia emitir uma guia, porque lá [No HGR] era apenas para situações graves”, finalizou.

O OUTRO LADO –  A Secretaria Estadual de Saúde informou por meio de nota que a paciente deu entrada na Unidade às 17h28 desta quarta-feira, 28. Após a triagem (teste de glicose e aferição da pressão arterial e da temperatura), ela foi classificada como AZUL (não urgente, com atendimento a ser realizado em até quatro horas), conforme o protocolo de Manchester.

“O referido Protocolo é um sistema de classificação de pacientes por meio de pulseiras com cores diferentes, que permitem definir qual a situação de cada um, resultando num atendimento mais rápido confirme a gravidade de cada caso. O Protocolo de Manchester é preconizado pelo Ministério da Saúde nas Unidades de Saúde de todo o país”.

Segundo a nota, enquanto esperava, a paciente foi reavaliada pela equipe de triagem e reclassificada como VERDE (pouco urgente). Ela foi atendida pelo médico às 19h43, que a examinou e prescreveu duas medicações, que foram recusadas pela paciente, conforme registro da Enfermagem, às 20h, na ficha de atendimento da paciente. Em seguida ela recebeu alta, por decisão médica.

“Orientamos, caso a família tenha outros questionamentos, que possa se dirigir à Ouvidora do HGR (Hospital Geral de Roraima), uma vez que conforme registrado na ficha de atendimento, a equipe da assistência seguiu o preconizado nos manuais do Ministério da Saúde”.

Esclarecemos ainda que cerca de 80% dos pacientes recebidos no Pronto Atendimento Airton Rocha anexo ao Hospital Geral de Roraima, são pessoas que deveriam ter sido atendidas inicialmente nos postos de saúde. A unidade não recusa atendimento aos pacientes, mas precisa priorizar os casos mais urgentes, que são a responsabilidade do Estado.