Cotidiano

Imigrante vive desafio de criar filhos após morte da esposa em Roraima

Família saiu da Venezuela em busca de um tratamento de saúde para a mulher, que sofria de câncer

A esperança de um tratamento de saúde adequado fez com que Hector Erevalo e sua esposa, que estava com câncer, viessem da Venezuela morar no Brasil juntamente com os dois filhos. 

A família chegou em Boa Vista em meio à crise enfrentada pelo país vizinho, e escassez de alimentos, remédios, e outros itens básicos para se viver com dignidade. 

O patriarca da família, Hector, relembra que foram momentos de muita tristeza. “Tive uma dificuldade com a minha esposa. Minha chegada em Boa Vista foi com propósito de conseguir um melhor tratamento para ela que tinha câncer”, frisa. 

Na Venezuela a família não tinha condições sequer de comprar seus medicamentos. Durante o período, eles moraram no abrigo do Rondon 3. “Se passaram três meses de tratamento e infelizmente minha esposa morreu no ano de 2019”, lamenta. 

Ajuda

No meio deste período de tristeza, Hector conheceu a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA). 

Durante oito meses foi voluntário ajudando em projetos assistenciais e foi ali que ele conseguiu ressignificar algumas coisas em sua vida e ganhar força para continuar criando dois filhos sozinho. 

Após esse período como voluntário, o venezuelano passou a integrar a equipe efetiva de funcionários da Agência. 

“Meu sustento vem por meio do meu trabalho na ADRA. Sou grato por esse emprego, pois posso dar uma melhor qualidade de vida para meus filhos”, salienta. 

O pai dos meninos conta com a ajuda de uma babá durante um dos turnos. Porém, todos os dias é um novo desafio ter que desempenhar os dois papeis na criação dos pequenos. 

“Graças a Deus meus filhos estão bem. Devido à idade eles não compreendem muito, mas sentem muita falta da mãe. Me fazem perguntas, aos poucos eles vão compreendendo”, explica. 

Quando o venezuelano chega do trabalho e vê o sorriso dos seus filhos, o amor que eles têm por ele o move. 

“Essa é a minha maior felicidade. Chegar em casa e ver que eles estão bem. Ouvir que eles estavam com saudades minhas. E o que eu mais quero é que eles tenham estabilidade, estudem e sejam felizes”, conclui emocionado. 

Projetos 

A ADRA Brasil tem prestado auxílio a milhares de refugiados. Em Roraima, por meio do projeto Refeições Quentes, cerca de 2 mil pessoas são beneficiadas por meio de um prato de alimento quente, de domingo a quinta-feira, em diferentes locais.

É o caso da Rodoviária de Boa Vista, por exemplo, e em abrigos onde vivem pessoas em situação de rua e indocumentadas, uma vez que elas acabam não tendo acesso a emprego e moradia para produzir seu próprio sustento. 

A ADRA é a Agência Humanitária da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Está presente em mais de 118 países.  Para conhecer mais acesse: www.adra.org.br