Cotidiano

Empresa de tecnologia vai monitorar fronteira Brasil-Venezuela

Pacaraima foi escolhida para a segunda experiência do projeto – a primeira ocorreu em 2019, na Ponte Internacional da Amizade, faixa fronteiriça Brasil-Paraguai

Com investimento de R$ 3,1 milhões, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceira com o Governo de Roraima lançou o FronteiraTech, vai passar a monitorar a fronteira entre Brasil e Venezuela.

A iniciativa conjunta envolve a utilização de tecnologias como IoT (Internet das Coisas, traduzido para o português) e Inteligência Artificial (IA), voltadas para a segurança pública em zonas de fronteira.

Pacaraima foi escolhida para a segunda experiência do projeto – a primeira ocorreu em 2019, na Ponte Internacional da Amizade, faixa fronteiriça Brasil-Paraguai.

O governador Antonio Denarium ressaltou a tecnologia de ponta trazida pela iniciativa e explicou que o trabalho integrado entre as forças de segurança e a ABDI irá solucionar diversos problemas existentes e auxiliar no combate à violência na região de fronteira.

“Combatendo também o descaminho, o tráfico de pessoas e minérios. Ou seja, combater o crime organizado através do sistema de monitoramento, que irá fazer a identificação de face e de placas também”, disse o chefe do Executivo.

Conforme ele, a ação é a demonstração de que o Governo do Estado está trabalhando com as forças de seguranças integradas: Polícia Militar e Civil, Corpo de Bombeiros Militares, Secretarias de Segurança Pública e de Justiça e Cidadania. “Com isso, Roraima ganha, porque vai ter uma fronteira monitorada, evitando a entrada de pessoas que não sejam bem vindas no Brasil”, complementou, ao ressaltar o apoio dado pela Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e a Força Tarefa de Intervenção Penitenciária [FTIP] para a segurança pública do Estado.

Conforme explicou Igor Calvet, presidente da ABDI, o projeto buscar trazer tecnologia para as áreas de fronteira. A chegada a Roraima é a primeira experiência a contar diretamente com a participação ativa de um Executivo estadual no Brasil.

“Nós começamos uma conversa com o Governo de Roraima para expandir a experiência. E hoje nós temos a satisfação de inaugurar, depois de um ano do acordo que fizemos com o Estado de Roraima, a primeira experiência em zona de fronteira no Norte do país. É algo muito representativo!”, declarou Calvet.

EQUIPAMENTOS DE PONTA

Graças à parceria entre o Governo de Roraima e a ABDI, Pacaraima agora tem 10 luminárias inteligentes com dimerização; 20 luminárias inteligentes com câmeras de vigilância integradas; software de reconhecimento facial e quatro câmeras de sensoriamento do tipo speed dome. Também foi feita a substituição de postes de madeira por postes de concreto e instalação de wi-fi.

Além disso, foram instalados Datacenter para armazenamento e processamento de imagens e dados; telas de vídeowall; quatro câmeras de reconhecimento de placas de veículos; software de reconhecimento de placas; drone com câmera termográfica, além da licença dos softwares por três anos.

“Nós vamos ter os nossos policiais trabalhando de forma coesa com a Polícia Federal [instituição que apoia o projeto], para que, na hora que forem indicados suspeitos ou procurados, a gente possa atuar nas ruas da cidade”, disse o coronel Edson Prola, secretário de Segurança Pública, sobre a operacionalização do projeto, com os equipamentos de ponta.

ECONOMIA SAI GANHANDO

O secretário Estadual de Fazenda, Marcos Jorge, pontuou que, com a estrutura do FronteiraTech, que conta com contrapartidas físicas do Executivo Estadual, a economia de Roraima terá um ganho ainda maior com o controle na fronteira Brasil-Venezuela.

“Em se falando de arrecadação, a partir do momento em que a gente perde menos arrecadação em fronteira, apesar de estarmos vendendo mais do que importando para a Venezuela e esse mercado, nos próximos anos se reequilibre, como é a tendência, estaremos preparados para um fluxo de entrada de mercadorias no nosso Estado. Dessa maneira, o Governo prepara todas as suas fronteiras”, detalhou o titular da Sefaz.