Opinião

Opiniao 09 10 2014 133

Poetas na terra dos ingênuos (1ª parte) – José Henrique Ferreira Leite* Os poetas quase sempre se saem bons profetas. Fazendo versos, na maioria das vezes, enxergam fatos e pessoas que só muito tempo depois a história os trará a lume tal qual vaticinaram. O sarcástico “Versos íntimos”, do paraibano Augusto dos Anjos, escrito em 1901, e “José”, do vate de Itabira, Carlos Drummond de Andrade, escrito em 1942, parecem confirmar a tese. Ambos, Drummond de Andrade e Augusto dos Anjos nesses poemas fazem alusão à agonia de sujeitos outrora poderosos e à decadência de contextos histórico-sociais e políticos do ambiente em que viviam. Escreveram sobre coisas dos seus respectivos tempos, porém, parece até que profetizavam sobre fatos e personagens do futuro e de todos os lugares. Alguém já disse que a história se repete. Então, vamos lá: Há um lugar cuja maior parte de suas terras se distribui no hemisfério norte de um imenso país da América do sul. Por ter incalculáveis riquezas, principalmente ouro e diamantes, seus antigos exploradores o chamavam de “O EL-DORADO”. Outrora foi conhecido pelo nome do grande rio que banha suas ricas terras. Hoje seu nome homenageia o grande monte e morada eterna do Paba Curinã Makunaima (1). Mas, atualmente, caso se queira chamá-la de Terra dos Ingênuos, não se estará falando besteira. Este espaçoso território faz parte de uma grande e fictícia federação sul-americana. E por que Terra dos Ingênuos? Ora, porque só os acovardados autóctones continuam na velha crença de que “o que é do home o bicho não come”. Santa ingenuidade! Não enxergam, ou não querem enxergar, que só para uns poucos o vasto território foi e continua sendo o verdadeiro Eldorado. E porque a maioria do povo desse lugar vive de sonhos e do medo de assumir sua própria identidade e história, não têm faltado figuras que surgem com seus demagógicos discursos prometendo o melhor dos mundos para todos. Pelos discursos parece que só eles amam a terra. Só eles estão capacitados para trabalhar pelo povo da terra. Só eles merecem as riquezas da terra. Os mais velhos contam que no finalzinho da antepenúltima década do século passado chegou a esse paradisíaco lugar um sujeito com ar despojado, discurso afinado e insinuante dizendo-se mensageiro da paz, da esperança e do desenvolvimento. Foi recebido de braços abertos por esse povo crédulo nos tristes dias do regime de chumbo. Lobo que era – e sempre foi – o patético personagem não custou muito para mostrar a que veio. No seio de um povo em formação, com muitas pessoas recém-chegadas de todas as partes da fictícia federação – sem apego ainda às coisas da nova terra – o tal vislumbrou oportunidades inauditas. Como já chegou investido de poder, tratou logo de fincar suas garras afiadas no tecido social e político da frágil e rica terra. Cooptou filhos e filhas ilustres do lugar, criou quadros de apaniguados, importou e alimentou massas famintas e ignorantes com pão, circo e bucho de boi e, por último, fez calar a voz dos poucos que ousaram se contrapor aos seus desígnios diabólicos. Déspota esclarecido de carteirinha que era, reinventou nessas plagas formas perversas de dominação e terror. Indivíduo de índole arrogante e zombeteira, uma vez instalado e com o domínio da máquina político-administrativa nas mãos, impôs sua férrea liderança política, menosprezando a partir daí alguns dos que o ajudaram a fincar suas garras na terra e perseguiu a ferro e a fogo os que se aventuraram enfrentá-lo. Enquanto viveu exerceu total controle sobre tudo e sobre todos. (1) .  Grande pai Makunaima. *Professor e Advogado ———————————————– Encima do tapete – Vera Sábio* Estamos vivendo algo anormal em nosso Estado, o que me dá uma sensação de mudanças para dias bem melhores. Acredito que isto seja a vontade e a esperança de todos os roraimenses que viveram desanimados com tanta sujeira embaixo do tapete. Porém, a situação, agora é outra. Passo a passo, voto a voto, percebemos o quanto há de sujeira saindo debaixo do tapete e demonstrando que a democracia, a consciência e a força do povo podem mais do que qualquer dinheiro sujo para comprar votos, do que quaisquer lábia que querem vencer de todo o jeito e do que toda promessa que já sabemos que nunca será cumprida. É claro que, nos resultados deste turno, percebem-se as velhas corujas que ainda continuam no touco. As quais, pelo pouco histórico de feitos importantes, denotam a insegurança de um povo viciado, acostumado a depender daquela “teta”, pelas quais dão seus votos a fim de não perdê-las. No entanto, como cidadã, estou bem mais feliz pelos novos que entraram do que triste pelos velhos que permaneceram. E por isto quero colocar aqui o pensamento de muitos sonhadores e batalhadores por um Roraima melhor. Acreditem no nosso povo, lutem com nossa gente e saiba que juntos poderemos destruir os ditos “donos deste Estado”, e retirar debaixo do tapete toda a sujeira, possibilitando renascer um Roraima limpo, com dignidade, trabalho, transparência, boa educação, saúde de qualidade e liberdade segura que tanto merecemos… *Psicóloga, servidora pública, esposa, mãe e cega  CRP: 20/04509 Cel. 9168-7731 ————————————————– Você é o cara – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Se o mestre for realmente sábio, ele não o levará a entrar na casa da sabedoria dele, mas sim, o guiará para os limites de sua própria mente”. (Gibran Khalil Gibran) Todos nós precisamos de orientações. Mas todas elas têm limites. E os limites somos nós mesmos que os pomos. Quando somos realmente donos de nossos limites sabemos onde está a diferença entre orientar e dirigir. E o pior é que a maior de nós é dirigida por “sábios” que nos dirigem em vez de orientar. Caia fora dessa. Procure buscar a orientação de que você necessita para você mesmo dirigir seus pensamentos de acordo com suas necessidades, na sua evolução racional. Nunca seremos seres humanos civilizados enquanto não formos capazes de dirigir nossas próprias vidas. Só quando nos valorizamos sabemos o que somos e o que queremos. E não permitimos que ninguém nos diga o que devemos ser para ser. Todo o nosso poder está em nós mesmos. O problema é que não somos orientados a ponto de acreditar nisso. E quando não acreditamos não conseguimos. E a influência de nossa desorientação se reflete em todas as atividades, nas nossas vidas. Inclusive na política. Que é onde a jiripoca pia. E pelo que estamos vendo, continuamos sem orientação. Continuamos navegando na piroga furada do despreparo cívico. Ainda não nos orientaram na vereda da racionalidade. Continuamos analfabetos políticos, gaguejando na cartilha do terceiro-mundismo. Quando será que vamos sair do pantanal da ignorância política? Vai demorar muito. Em todas as atividades que nos levam ao desenvolvimento, continuamos escondidos detrás da porta, esperando que o mundo civilizado nos diga o que devemos fazer. Os estudos mais avançados, mas nem tanto, continuam a vir de fora. Mas nada que nos oriente que caminho devemos tomar para a civilidade. Continuamos nos benzendo diante de problemas elementares. O que continua nos mantendo sob as orientações dos que dizem o que devemos fazer e não o que devemos realmente ser. Deu pra sacar? Pule fora desse bonde da obsolescência. Ele não nos leva a lugar nenhum. Apenas nos mantém presos ao círculo do elefante de circo. Continuamos presos porque não imaginamos que somos capazes de nos libertar, desde que nos valorizemos. Vamos acordar para que possamos caminhar de olhos abertos pelos caminhos da nossa dignidade. Acredite em você. Acredite no valor que você tem para ser uma pessoa realmente valorizada, para poder viver a vida que você merece viver. Não permita que os “sábios” dirijam sua vida como eles acham que você deve viver. Seja seu cara. Encare-se no que você realmente é. Pense nisso. *Articulista [email protected]     9121-1460     —————————————————— ESPAÇO DO LEITOR DEMISSÃO 1 “O absurdo não é a demissão de quase dois mil servidores. Absurdo é existirem quase dois mil servidores na Assembleia Legislativa. São quase 80 servidores por deputado. É muita gente para pouco serviço. Aliás, 24 deputados já é muito pelo pouco a fazer e para o tanto que desviam dos cofres públicos”, comentou o internauta Akiles sobre a possível demissão de servidores comissionados daquela Casa. DEMISSÃO 2 Para o internauta Akiles, se o deputado Zé Reinaldo e outros deputados não quisessem que os servidores fossem demitidos, deveriam defender a bandeira do concurso público. “Mas não o fazem porque a mesma discricionariedade utilizada para demitir esses servidores é que dá direito a parlamentares de contratar – sem concurso – seus protegidos em troca de voto e apoio eleitoral”, disse. DEMISSÃO 3 “Enquanto o senhor Zé Reinaldo era deputado, nunca reclamou do poder de contratar e demitir servidor na hora que bem entendesse. Agora não venha com esse discurso demagógico em defesa dos servidores, quando, na verdade, está apenas defendendo seus próprios interesses”, complementou o leitor. DEMISSÃO 4 “Demitir servidores durante o período eleitoral pode Arnaldo? Isso cheira à pressão para conseguir reverter a derrota do primeiro turno para o governo”, acredita o internauta Dan Camin, que se  identificou como analista . “Quer dizer que existe de 1.500 a dois mil funcionários trabalhando só na Assembleia Legislativa como cargo comissionado?”. RACIONAMENTO Sérgio Barbosa denunciou o racionamento de água que está ocorrendo em Pacaraima. “Quero denunciar a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima porque desde anteontem está faltando água em Pacaraima. E eles nem sequer divulgaram uma nota aos populares”, afirmou o leitor na página da Folha no Facebook SEM ASFALTO “A mesma coisa acontece no bairro Centenário em frente à Escola Carlos Casadio, onde as vias constam como asfaltadas com calçada, meio-fio e até praça pública. Mas, na verdade, só no projeto da Prefeitura de Boa Vista e no do Ministério das Cidades, pois a obra nunca foi feita e já teve reunião de moradores sobre isso, mas nenhuma providência foi tomada”, afirmou o internauta identificado como XPS.