Falando de Negócios

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OS CONFLITOS ÉTICOS DAS 48 LEIS DO PODER

NÃO CONSTRUA FORTALEZAS PARA SE PROTEGER – O ISOLAMENTO É PERIGOSO

Construir muralhas distancia pessoas da realidade, distancia você dos seus projetos e cria barreiras entre os seus sonhos e os caminhos que o levam a realização. Quanto mais isolado você estiver, mais distante da realidade você estará, mais distante você estará das mudanças e das oportunidades que podem levar você ao sucesso.

No nosso artigo da semana vamos avaliar mais uma lei que nos leva a uma reflexão sobre pensamentos como “solitário na multidão”, ‘isolado por medo ou incapacidade” ou mesmo, “presente para dominar‘. Todos esses pensamentos estiveram presentes no comparativo feito entre Chi’n Shin Huang, o primeiro imperador da China e Luiz XIV. O primeiro optou pela conquista e o isolamento e o segundo pela conquista e a sua manutenção.

Surge aí uma diferença brutal entre os perfis. Existem pessoas que preferem se isolar ao continuar convivendo com os desafios, com as dificuldades, com a proximidade de pessoas (aliadas ou não) e outros preferem se manter atentos a todas as mudanças de cenário, controlando dos mais abastados ao mais simples seres de um reinado ou organização.

Estamos a frente da Lei 18 do livro “As 48 Leis do Poder”, de Robert Greene. Ela demonstra que quanto mais distante estivermos do que conquistamos ou desejamos conquistar, mais difícil será a conquista ou a manutenção. Quanto mais longe você estiver das pessoas, menos você entenderá os seus movimentos, desejos e ambições. Quanto mais perto você estiver dos aliados e dos não aliados, mas facilidade você terá de identificar os movimentos, intenções e planos que podem ser construídos contra você, dando tempo de uma ação de resposta eficiente.

Veja o que diz a lei 18, do livro “As 48 leis do poder” de Robert Greene:

Lei nº 18 – Não construa fortalezas para se proteger – O isolamento é perigoso: O mundo é perigoso e os inimigos estão por toda parte – Todos precisam se proteger. Uma fortaleza parece muito segura. Mas o isolamento expõe você a mais perigos do que o protege deles – Você fica isolado de informações valiosas, transforma-se num alvo fácil e evidente. Melhor circular entre as pessoas, descobrir aliados, se misturar. A multidão serve de escudo contra os seus inimigos.

Quando as pessoas escolhem o isolamento elas têm que entender que com ele vem os riscos de uma total escuridão em relação ao que de fato esteja acontecendo. As versões ganham multiplicidade, os inimigos, feições que não percebemos, as estratégias, contornos não previstos e os rumos não são entendidos. Enfim, quem busca a construção de muralhas, fortalezas e barreiras tem que estar ciente de que o mundo real ficou do outro lado da construção e portanto, essas pessoas não devem se surpreender com as surpresas causadas pela sua própria decisão.

Essa lei, de Robert Greene nos alerta para o perigo do isolamento. Ele nos lembra que, embora possa parecer seguro construir fortalezas e nos proteger do mundo exterior, isso também pode nos impedir de nos conectarmos com outras pessoas e de aprender com elas.

Ao se isolar, uma pessoa pode se tornar vulnerável a ataques de seus inimigos, que podem explorar sua fraqueza e fragilidade. Além disso, a falta de contato com outras pessoas pode impedir o crescimento pessoal e profissional, além de restringir a capacidade de se adaptar às mudanças e de superar obstáculos.

É importante manter um equilíbrio entre a proteção pessoal e a conexão com outras pessoas. Ao invés de construir fortalezas, devemos estar abertos a novas experiências, construir relacionamentos saudáveis e buscar oportunidades de aprendizado e crescimento continuado. O mundo vive mudanças em questão de milésimos de segundos e vemos pessoas querendo o isolamento e o distanciamento da realidade e das mudanças que ocorrem.

A psicologia sempre nos alertou sobre os riscos do isolamento e da construção de barreiras, que podem levar a problemas emocionais, sociais e impactarem diretamente nos resultados profissionais.

O isolamento pode levar a sentimentos de solidão, tristeza e depressão, além de aumentar o risco de desenvolver problemas de saúde mental. A falta de interação social pode levar a problemas de comunicaçã
o, dificuldade em se relacionar e em lidar com conflitos, ou seja, você se ausenta de um processo do qual você tem papel principal na condução de rumos e resultados. Quanto mais você se isola ou distância do mundo real, mas longe você fica dos seus objetivos e dos objetivos da organização.

A construção de barreiras pode levar a um aumento no preconceito e na discriminação, e até mesmo a criação de uma figura que busque um endeusamento sem que faça nada para construir tal cenário, sendo Deus apenas para si mesmo. Outro ponto que surge são as dificuldades com a comunicação e a cooperação entre diferentes grupos. Isso pode levar a conflitos e agravar problemas que poderiam ser facilmente resolvidos.

Para evitar esses riscos, é importante promover a inclusão, a cooperação, o comprometimento, a liderança e a empatia, buscando formas de se relacionar e de colaborar com pessoas diferentes de nós, afinal de contas cada um tem seu modo de pensar e agir. Além disso, é importante criar ou manter uma rede de apoio, buscando ajuda profissional quando necessários até mesmo para resolver problemas de ordem emocional.

Vivemos em um mundo onde viver em sociedade parece um exercício fácil, mas não é. Mas, mais difícil do que isso é viver no isolamento, num ambiente onde você não consegue perceber movimentos, identificar ações e potenciais riscos para você e a organização. Lembre-se mais do que estarmos sempre em busca do conhecimento, também precisamos nos autoconhecer e isso não fazemos isolados do mundo, muito menos achando que somos seres supremos ou professores de Deus.  

Fechando esse nosso décimo oitavo artigo sobre as 48 LEIS DO PODER faria apenas algumas adaptações, baseadas nos argumentos acima apresentados:

Construa fortalezas junto com quem você acredita para se proteger – Sempre esteja atento aos cenários: O mundo é perigoso e os inimigos estão por toda parte, porém quando tenho um time alinhado e focado em resultados estarei construindo a melhor de todas as fortalezas, uma fortaleza feita por pessoas para ajudar no crescimento de pessoas. Assim podemos ser referência na liderança, no comando e ajudando a construir pontes que tragam mais perto pessoas que pensam diferentes, mas que merecem o respeito a sua opinião e podem mudá-la de acordo com o poder de convencimento e o nível de liderança.

Por: Weber Negreiros