AFONSO RODRIGUES

A transformação é permanente

“Tudo está em transformação, e, portanto, nada jamais morre. Assim como na vida, também além da morte você continua se transformando”. (Deepak Chopra)

Talvez eu esteja me tornando um chato-de-galocha, com esse papo diário. Mas mude seu modo de ver, se estiver vendo assim. E comece por não confundir meus pensamentos com religião ou coisa assim. Não tenho como explicar, mas sempre fui assim. E por isso minha mãe falava pro meu pai, que eu era comunista ou ET. Eu era o único filho que ela fazia questão de levar à missa, todos os domingos. Ela nunca me perdoou depois daquele domingo em que dei uma risada escandalosa, dentro da igreja com o comportamento do padre Suassuna. Já falei isso pra você. Mas está a fim de ouvir novamente? Era domingo de ramos. Na época em que as pessoas levavam feixes de ramos para serem benzidos, na igreja. A igreja estava lotada e o padre meio atrasado. Ele chegou, arrumou o altar, virou-se para os fiéis e falou grosseiro:

– Com pandeiro ou sem pandeiro, hoje eu não dou cinzas. Todo mundo pra casa!

Não consegui segurar o riso e minha mãe bateu forte na minha cabeça, com as juntas dos dedos. Doeu pra dedéu. E todo mundo retirou-se da igreja sem a cinza na testa.

O pandeiro a que o padre se referiu, foi uma música carnavalesca da época. No momento não me lembro qual foi a cantora que fez sucesso com a música. E isso foi na década dos quarentas do século passado. A música dizia: “Com pandeiro ou sem pandeiro, meu amor, eu brinco…”. E como iniciamos falando de transformação, vamos ser mais comedidos. Devemos prestar mais atenção à forma de transformar. Porque, na verdade, a transformação a que nos referimos são as mudanças do ser humano na caminhada pra o progresso. Porque o que vivemos é um progresso a regresso. O tempo passa e continuamos os mesmos seres humanos dos tempos de outrora.

Vamos brincar mais com a vida para podermos levá-la a sério. Porque o que fazemos é brincar na vida, e não com a vida. Inda não descobrimos que é nas brincadeiras com nossos filhos nos seus primeiros aninhos de idade que os levamos a sério. O que estamos tentando fazer é com que eles cresçam na direção da alegria que lhes transmitimos nas brincadeiras. Vamos levar a vida mais a sério, mas sem os arrufos que cometemos todos os dias, na ilusão de que estamos polindo a vida. Viva cada momento de sua vida com alegria e crença na sua capacidade de viver sempre feliz. Não perca seu precioso tempo com aborrecimentos nem tristezas. Há sempre algo de bom, próximo de você. Você é que não está prestando atenção e desperdiçando o melhor. Pense nisso.

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