Opinião

Opiniao 18 02 2019 7709

Quando ser bilíngue?

​Luciano Galdino Brito Dias*

Por muitas décadas, a disciplina de Inglês foi vista como menos importante e com pouca carga horária na grade curricular. Isso se propagou por muitos anos. Alguns alunos buscavam escolas de idiomas ou estudavam em casa e seguiam adiante com uma bagagem maior em outra língua. De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), é estimado que cerca de 85% dos docentes que dão aulas de Inglês para alunos de escolas públicas não dominam o idioma. Mas, diante de um novo movimento, cada dia mais acelerado na educação, isso precisa mudar, pois as exigências serão cada dia mais fortes para o domínio da língua, até, mesmo, dentro de casa.

Há um momento ideal para começar a estudar Inglês?

As crianças têm mais facilidade em aprender outras línguas, diferentes da nativa, porque a plasticidade de seus cérebros permite que os dois hemisférios sejam usados no momento da aula. Já nos adultos é diferente – esse processo ativa somente um hemisfério. Por isso é importante inserir outras línguas na infância ou na adolescência, sempre que possível.

Os benefícios do bilinguismo vão além do mundo dos negócios, ou simplesmente do ambiente das escolas. No Brasil, o mercado de escolas de idiomas movimenta 7 bilhões de reais; a maioria dos pais prefere investir desde cedo, já pensando no futuro profissional dos filhos.

Com o passar dos anos e a necessidade constante de crianças se comunicarem em Inglês, a escola bilíngue nasceu com o objetivo de proporcionar mais tempo de interação na língua. Mas, ainda assim, aprender Inglês não significa ter aulas de Inglês, mas sim, proporcionar ao aluno a convivência com a língua nos diversos ambientes e momentos do dia a dia. Isso significa aprender em Inglês, e não, aprender Inglês. Já são 30 mil escolas particulares no País, que se esforçam cada dia mais para oferecer um ensino de qualidade.

Apesar do investimento dos pais, apenas 1 a cada 10 jovens entre 18 e 24 anos tem proficiência no Inglês. Para a próxima geração, caso nada seja feito para melhorar esse número, espera-se que apenas 12% dos jovens dessa idade sejam fluentes na língua. Para aumentar esse número, precisamos unir cinco personagens no processo de ensino e aprendizagem: aluno, professor, pais, gestor pedagógico e mantenedor. Essas pessoas devem conversar a mesma língua e, juntas, contribuir para o aprendizado do aluno. Tudo isso por meio de projetos digitais, materiais impressos, aulas práticas, ou seja, tudo aquilo que chame a atenção da criança que está aprendendo. O professor passa a ser um intermediário nesse momento da educação.

Mesmo na fase adulta, aprender Inglês pode ser um grande benefício para o processo de envelhecimento, além de ser uma conquista para cada pessoa, cada objetivo.

*Diretor de Soluções Educacionais da Conexia – Grupo SEB.

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Os condenados

Tom Zé Albuquerque*

É próprio do ser humano, ao se sentir encurralado, atribuir a outrem ou a algo a responsabilidade pelos ocorridos. É característico das pessoas a busca de alternativas mais cômodas possíveis para se livrarem de um problema. E, nessa senda, o Brasil está prestes a sentenciar de vez o servidor público, mesmo sem a contundência comprobatória necessária para a sua condenação.

Trata-se de julgamento no próximo dia 27, por parte do Supremo Tribunal Federal, da Ação Direta de Inconstitucionalidade–ADI, 2.238, cujo teor impregna a possibilidade de os Estados reduzirem salários e carga horária de servidores públicos, quando os gastos com as folhas de pagamento superarem o limite máximo estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Bem, a considerar que a maioria dos Estados no País já tem suas despesas com pessoal num percentual acima tanto do limite prudencial da LRF, como do máximo estipulado (segundo dados do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro do Tesouro Nacional – SICONFI), não é improvável que a Corte Maior brasileira negue ao servidor público a propalada ADI.

Dessa forma, a partir de 28 de fevereiro de 2019, 70% dos Estados brasileiros terão como efetuar cortes salariais de seu quadro. Enxugar os gastos públicos é algo salutar; organizar as finanças públicas deve ser uma obsessão por parte do gestor público; controlar metodicamente tudo que se consome no serviço público é algo inarredável; preservar a coisa pública é legal, moral e impreterível. No entanto, nas últimas duas décadas, os governos e parte de suas mídias acopladas trataram de condenar o servidor público neste País como um usurpador do dinheiro público.

Nota-se que o trabalhador da esfera pública está sendo rotineiramente responsabilizado como o causador das irresponsabilidades provocadas pelos próprios gestores que, sem argumentos e sem interesse em mergulhar nos problemas fulcrais (por motivos vários), preferem acortinar as vicissitudes financeiras transferindo para o flanco secundário as bagunças, saques e apoderações indevidas, tão comuns nas administrações públicas desse nosso surrupiado País.

Cortar carga horária significa degradar mais ainda o serviço já precariamente ofertado à população. Subtrair rendimentos configura desrespeito profissional e descaso com o fim precípuo da administração pública em geral. É certo e probo que os órgãos públicos inchados, com comissionados excedentes desordenados (geralmente construídos como curral eleitoral) devem ser reorganizados. É óbvio que os servidores fantasmas devem ser exonerados e, juntamente com quem os nomeiam, exemplarmente punidos a ressarcirem aos cofres públicos os montantes da rapinagem.

Os rombos na administração pública estão nas licitações fraudulentas, nos serviços e bens superfaturados; a usurpação nos cofres públicos latejam através das empresas de “laranjas” de políticos e familiares de parlamentares que se locupletam descaradamente da coisa pública; corroer o erário é não entregar o que se vendeu ou adulterar o fornecimento à administração pública; quem destrói os cofres públicos são os penduricalhos salariais dos políticos e outras figuras asquerosas que inexplicavelmente usufruem à nossa custa de carros, imóveis, viagens, cartões corporativos, planos de saúde vitalícios, aposentadorias sem nunca ter contribuído e trabalhado.

Mas por que os poderes não visceram nas problemáticas agudas e incontestes do País? Por que se escondem por detrás da célula menos impactante? Como dizia o magnânimo Machado de Assis: “A moral é uma, os pecados são diferentes”.

*Administrador

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Os aspectos para atuação do professor em sala de aula

Ana Regina Caminha Braga*

Precisamos levar em consideração que o professor, quando está em sala de aula, tem consigo um cenário histórico, certas perspectivas que constituem o ser humano.  E, por isso, ele precisa considerar que o aluno/aprendiz não é
apenas cognição, levando em conta também esses critérios, a afetividade e o meio em que cada um vive, para que assim, ele possa conhecê-lo melhor e acompanhá-lo de maneira adequada desde o seu planejamento até sua atuação em sala.

Se em sala de aula o professor tem 30 alunos e nenhum apresenta alguma peculiaridade, como o docente deve atuar? Por outro lado, como funciona sua atuação mediante a presença de um aluno com dificuldade de aprendizagem ou deficiência? Vale lembrar aqui da metodologia de ensino usada por anos, antes de começarmos a mudar esse olhar sobre quem aprende. Antigamente, o professor estava em sala de aula, apenas voltado e preocupado em colocar o conteúdo no quadro, para que os alunos pudessem copiá-lo e assim estudar para as atividades e provas.

Ou seja, dentro dessa análise não havia um espaço e momento dedicado ao diálogo do professor com os alunos e vice-versa para que fossem apontadas as dificuldades ou até mesmo as novas aprendizagens e ideias que pudessem surgir. Atualmente, as escolas têm aprimorado a visão e aumentado a atenção a essa questão, considerando as demandas dela e da comunidade como um todo.  

Precisamos analisar desde as questões cognitivas, afetivas até as sociais, as quais demandam um tempo de aprofundamento teórico, estudo, formação e consciência de todas as etapas a serem cumpridas até o momento do aprender do aluno.  

Por isso, é tão importante levar em consideração as especificidades existentes em sala de aula com o objetivo não somente da escola, mas principalmente do professor compreender os diferentes estilos de aprendizagem, ritmo e tempo dos alunos presentes na sua turma, o que vai impactar no planejamento das aulas, da realização e condução das atividades para atingirem os objetivos traçados.

*Escritora, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar.

https://anareginablog.wordpress.com/

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Quem ajuda se ajuda

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Existe um ponto fundamental e pacífico: sem a ajuda aos outros, jamais dinamizamos a nossa evolução pessoal.” (Waldo Vieira)

“Não podemos ajudar o pobre, prejudicando o rico.” O que significa que nem tudo que fazemos em benefício de alguém, significa ajudar. Uma ação simples em favor de alguém pode estar ajudando mais do que uma ajuda material. A convivência pacífica e amorosa é uma das ajudas mais benéficas. Simples pra dedéu. Mantenha sempre seu sorriso no seu rosto, sem o receio de ser interpretado como tolo. Caso perceba que alguém o está considerando um tolo, por você ser uma pessoa alegre, reflita sobre o pensamento do Jaime Costa: “Não há bobo mais bobo do que o bobo que pensa que eu sou bobo.” Porque é isso. Seja uma pessoa feliz no que você é. A maior tolice é alguém ficar tentando mostrar o que pensa que é. Se é, basta ser. A felicidade está onde você está. O importante é que você saiba vê-la. Procure-a sempre nas coisas mais simples à sua volta.

Ontem, pela manhã, saí de casa para uma pequena caminhada. Mas a manhã estava tão gostosa e convidativa que continuei caminhando. Percorri toda a Avenida São Paulo, até a Avenida Beira Mar. E foi aí que o encanto me dominou. A calçada longa e bem estruturada, seguindo a extensão da praia, me encantou. Caminhei sem perceber, e quando percebi estava em frente ao Corpo de Bombeiros. Já estava no Boqueirão, considerado o Centrão norte da Ilha. Virei-me e só aí percebi que já tinha passado pela Prefeitura, Câmara Municipal, Parque de Diversões, e tantos outros ambientes importantes da Ilha. Contemplei o mar barulhento, e com um barulho simplesmente agradável. Voltei para casa.

Não importa onde você estiver. Sua felicidade, sua alegria e seu bem-estar estão à sua disposição. É só você saber desfrutá-los. Usá-los com harmonia e muito amor. Faça isso e você já estará ajudando as outras pessoas, transmitindo-lhes harmonia e tranquilidade. Mas não comece a se preocupar com isso. Você pode muito bem estar ajudando sem nem mesmo perceber que está. O que não deixa de ser uma ajuda a você mesmo. Porque você estará se sentindo feliz. E quando nos sentimos felizes, fazemos com que os que estão à nossa volta sintam-se felizes. Não deixe de dar bom dia ao dia, quando você acordar e olhar para o céu. Parece tolice, mas só para os tolos. Cumpra seu papel no desenvolvimento da humanidade, fazendo seu papel como ele deve ser feito. Somos todos atores da vida, na vida, com a vida. Cada um de nós tem seu papel no desenvolvimento da humanidade, considerando que somos todos iguais e da mesma origem racional. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460