AFONSO RODRIGUES

Não caia na topada

“A vida é para quem topa qualquer parada. Não para quem para em qualquer topada”. (Bob Marley)

Vamos maneirar mais nas reclamações, aborrecimentos e tudo que não valha a pena. Estamos na vida para lutar. Não vamos ficar esperando que as coisas caiam do céu. As que caem geralmente prejudicam. Tudo de bom que você alcançou hoje, é fruto do seu desenvolvimento. E desenvolvimento não para. Ontem fui com um dos meus filhos à dentista. Enquanto ele era atendido, eu permaneci no salão e aproveitei para me divertir com o comportamento de duas crianças. Não falei com seus pais, mas acredito que nenhuma delas tinha mais de um aninho de idade. Estavam em lugares separados. O que me chamou mais a atenção. Porque as duas riam e divertiam as pessoas. Era só alguém se aproximar de uma delas e ela sorria e divertia. Aí fiquei refletindo sobre o comportamento das crianças, hoje. E é nessas reflexões que analisamos o desenvolvimento humano. Será que as crianças do século passado eram diferentes das de hoje?

Se se prestar mais atenção, numa análise mais precisa, veremos que há uma diferença considerável, e que foi muito prejudicada no comportamento dos pais de antes, e os de agora. O que nos leva a uma reflexão mais cuidadosa, se prestarmos atenção a comportamentos de pais atuais que não diferem tanto assim do comportamento dos antigos. E o que mais me chamou a atenção foi o comportamento de uma senhora, em relação a outra criança que, pelo que me parece, era seu neto. A senhora estava ao balcão, sendo atendida quando a criança de uns seis aninhos de idade, começou a perturbar. Ela virou-se, deu um tapa na criança e gritou, mandando-a parar de perturbar. E tudo isso num gesto muito grosseiro. Continuei observando e pensando até quando iremos marchar a passos de tartaruga, querendo que o mundo melhore, sem melhorarmos nós mesmos.

Sempre me orgulhei dos meus pais. Ouvi muito minha mãe nos repreender quando falávamos muito, dizendo: “Quem muito fala muito erra”. Por outro lado, ouvi, várias vezes, meu pai dizer, sempre que um de nós dava um pitaco na conversa dele com um amigo: “Criança não deve se meter em conversa de adulto”. É claro que ele falava isso no sentido de educar, de acordo com a educação da época. Vamos ser mais criteriosos com nosso procedimento em relação à educação dos nossos filhos. Mas, primeiro precisamos estar atualizados com o desenvolvimento cultural na sociedade. Estamos relaxando muito com nossa língua portuguesa. Dói-me, por exemplo, estar assistindo a um programa de televisão e de repente aparece na tela: “Voltamos daqui a pouco”. Pense nisso.

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