Jessé Souza

Antes que o caos se instale 6349

Antes que o caos se instale A inserção dos venezuelanos em Boa Vista tem possibilitado mais ciclistas e pedestres disputando espaço com carros e motos nessa guerrilha urbana em que se transformou o trânsito na Capital. Antes do grande êxodo dos imigrantes especialmente da Venezuela, já era um problema a falta de noção de trânsito de muitos ciclistas, os quais, por serem a parte mais fraca, sempre levarem a pior nos acidentes.

As ciclovias construídas pela Prefeitura de Boa Vista aliviaram sobremaneira os problemas, dando mais segurança aos ciclistas e aliviando o conturbado trânsito, mas os desafios agora são outros, a exemplo de construir mais ciclovias para bairros populosos, como o Cidade Satélite e os vizinhos que se localizam nas redondezas do Anel Viário, na zona Oeste e os mais distantes do Centro.

A questão dos venezuelanos também requer outra ação, como campanhas educativas dentro dos abrigos a fim de orientá-los sobre o ciclista no trânsito e o próprio comportamento deles como pedestres. Afinal, a realidade mostra que a grande maioria não tem a mínima noção de trânsito. Basta ir à vizinha cidade fronteiriça Santa Elena de Uairén para ver o caos no trânsito além fronteira. É uma confusão quase indiana.

Seria uma ação louvável os gestores de trânsito municipais organizarem palestras nos abrigos dos venezuelanos a fim de que eles possam ajudar a evitar que o caos se instale definitivamente no trânsito boa-vistense. Vê-se diariamente os imigrantes arriscando-se em bicicletas ou mesmo caminhando em via pública sem tomar as mínimas precauções como parte do trânsito. Os sustos de quem dirige são diários nas ruas e avenidas da cidade.

Construir estacionamentos para bicicletas nas praças mais movimentadas, com locais apropriados, também ajudaria a organizar a confusão em que se tornou o tráfego de ciclistas. Como não há fiscalização nem orientação, as bicicletas tomaram o lugar dos pedestres em toda extensão do complexo Ayrton Senna, especialmente na Praça das Águas. O problema se repete em outros locais públicos.

Já que os vereadores são pagos para legislar em favor do povo, então quem sabe algum deles abrace essas ideias e assuma o compromisso de ajudar a melhorar o trânsito boa-vistense, sem querer jogar toda conta nas costas dos venezuelanos antes de apontar alternativas. E a Prefeitura nem precisa de indicação nem projeto de lei para agir. Basta querer melhorar para que tenhamos uma cidade humanizada, em que as máquinas não sejam mais importantes que o ser humano, no trânsito.

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